sexta-feira, 30 de abril de 2010

Head Crushed




Durante um tempo fiquei afastado do Megadeth. Claro que continuava ouvindo, mas o fato de que David Ellefson não era mais o baixista, fez com que eu desconsiderasse a banda, para mim era apenas Mustaine e contratados.
Antes de ser confirmado o show, vieram a tona duas notícias que fizeram eu me empolgar demais com a possibilidade de ter a banda em tocando em POA. David Ellefson estava de volta, e mais, a banda estaria comemorando os 20 anos do mega premiado disco Rust in Peace, e iria executar-lo na integra durante os shows.

O repertório é indiferente, mas a volta do Ellefson fez com que eu realmente sentisse que eu ia ver o Megadeth, e não Mustaine e contratados.

Show

Dessa vez não teve nada de ficar horas e horas em fila. A excursão saiu às 17:00h de Pelotas, chegamos em Porto Alegre por volta das 20h:45min, o show marcado para as 22:00h.
Que desorganização! Nunca vi nada parecido. O acesso a pista vip, era uma cena que não há como descrever em palavras. Só posso adiantar uma coisa, furamos, na cara dura.

Dentro do Pepsi On Stage a banda de abertura, Distraught, já estava no final do show, vi apenas as três ultimas músicas, mas ouvi todo o show enquanto estava do lado de fora. Muito boa a banda. Death/Thrash de muita qualidade.

No intervalo entre as bandas, consegui ir me “infiltrando” entre as pessoas, para ficar quase colado na grade na hora que o show começasse.

As luzes começaram a se apagar, delírio dos mais de 5 mil presentes. O playback do riff da música “Black Sabbath”( da lendária banda de mesmo nome) começou a soar pelo Pepsi On Stage, os integrantes do Megadeth foram aparecendo um por um, Shawn Drover subiu na bateria, Chris Broderick aparece à direita do palco empunhando sua Ibanez, exatamente na minha frente, e a esquerda do palco, o mito e co-fundador do Megadeth David Ellefson surge, seguido finalmente por ele, Mr. Dave Mustaine e sua Flying V. Eu estava tão extasiado que não consegui prestar atenção no que estava sendo dito por sobre o playback.

Como tinha pesquisado os setlists anteriores estava esperando a música “Skin O’ My Teeth” que estava sendo usada de abertura nos shows da turne. Para o deleite de todos, Mustaine resolveu fazer jus ao nome da tour (The Endgame Tour) e mandou logo de cara as duas primeiras músicas do último disco, “Dialetic Chaos” e “This Day We Fight”. Todo esforço que eu tinha feito para chegar perto do palco foi inútil. Às primeiras notas da instrumental “Dialetic Chaos” fui esmagado e arrastado para a outra extremidade do palco. Durante a execução da supramencionada segunda música, eu ja estava passando mal, era muito aperto, muita pancadaria e estava muito difícil de respirar. Não me entreguei, pois sabia o que me esperava. “In My Darkest Hour”, foi aquele momento que sempre ocorre nos shows de nossas bandas preferidas, ignorei tudo para cantar com todas as forças. Simplesmente foda.

Agora sim, “Skin O’ My Teeth”, cantada em coro por todos, enquanto eu me recuperava emocionalmente e fisicamente.

Após, a primeira conversa de Mustaine com a platéia. Nada de discursos demorados, só aquela introdução básica e vamos ao que interessa. Rust In Peace, o disco mais aclamado da banda, ia ser executado na integra.
“Vocês sabem porque estão aqui”, curto e grosso (usando uma gíria bem gaudéria), foram as palavras de Mustaine antes de executar o riff de “Holy wars... The Punishment Due” . Que música foda. Seguiu o disco executado na integra, “Hangar 18” e seus milhares de solos, “Take No Prisioners”, “ Five Magics” com a sensacional linha de baixo de Ellefson, “Poison Was The Cure”, “Lucretia”, a espetacular “Tornado Of Souls”, “Dawn Patrol”, e finalmente “Rust In Peace... Polaris”.
Esse disco é um dos que mais ouvi na minha vida, ter a possibilidade de presenciar a execução ao vivo, na íntegra, realmente foi uma experiência única.

A banda some por um momento, Mustaine reaparece com uma guitarra Explorer. Muito estranho, nunca o tinha visto empunhar outra guitarra que não fosse uma Flying V. Ele prepara a platéia para cantar o refrão de “Headcrusher”, single do último album. Após um breve ensaio, tome paulera. Música destruidora.
Seguindo ainda no Endgame, é executada “The Right to Go Insane”.
*Mustaine veio a dizer depois, em um pronunciamento oficial, que o show em POA foi o melhor da turne brasileira. Acho que tem muito a ver com o modo como a platéia se portou principlamente na execução das músicas novas, todas cantadas em coro.

Muito emocionante, e inesperado, foi a execução de “A Tout Le Mond”, música que não estava no setlist da turne. É a grande “balada” escrita pelo Megadeth, cantadas aos prantos por todos.
Momento clássicos. Symphony of Destruction é simplesmente espetacular. Eu achei que seria aquelas músicas enjoativas, de tanto que já se ouviu estamos saturados, mas foi justamente o contrário. Com certeza uma das músicas que mais me emploguei, é fantástico como essa música encaixa bem, parece que foi feita para ser executada para milhares de pessoas.
Logo em seguida veio Trust. Me decepcionei ao não ver o Dave com a guitarra de 12 cordas, caracteristica na execução desta música, mas nada que traga grandes prejuízos.

Nota: Chris Broderick é fantástico. É óbvio que para muitos, inclusive este que vos fala, Marty Friedman é insubstituível, mas é inegavel a qualidade de Broderick na guitarra. Podemos dizer que ele honrou, e muito bem, os solos de Marty, e merece sem dúvida o posto que ocupa.

Para terminar, o hino mais antigo do Megadeth, “Peace Sells”. Sem palavras. Cantar aquele refrão, que tantas vezes cantei ouvindo a música em casa ou em outros lugares, ao vivo....é perfeito.

Achei que não haveria maneira melhor de encerrar o show. Mas Dave guardou uma surpresa, um bis de holy wars, o final da música sendo executado novamente pela banda, enquanto ele fazia os agradecimentos. Por fim , Mustaine pegou a guitarra e tocou as últimas notas... "Cowards! Cowards!" .... “Next thing you know, they’ll take my thoughts way!”.
Fim do jogo. (Inevitável o trocadilho.)

Quando todos se retiravam ainda tentei chorar para a produção uma palheta ou algo do genêro, mas não fui atendido.

Não importa, eu fui a Porto Alegre para ver o Megadeth e definitvamente eu vi o Megadeth.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Dia D: O pós-decisões.

Com três gols, Olic foi o jogador da rodada.


O Dia D, como Elias Surita classificou a quarta-feira, dia 28 de abril, era o dia dos jogos de futebol. Para muitos, era dia de acompanhar o time numa decisão. Podemos dar destaque a alguns confrontos, mas não podemos esquecer nenhum. Então, o agregado:

Banfield 3 x 1 Internacional: O confronto, pelas oitavas da Libertadores, acabou de uma péssima maneira para o Inter. Com uma arbitragem polêmica de Jorge Larrionda, tivemos expulsão injusta, gol irregular e pênalti não-assinalado, tudo a favor do Banfield. Agora, após enfrentar os argentinos e o juiz, os colorados terão de se mobilizar e torcer para o time não repetir a atuação que fez contra o Banfield - onde foi regular, mas nunca superior, ao time argentino. É hora da mobilização, o Inter luta por duas viradas, contra o Grêmio, pela final do Gauchão, e contra os argentinos, para ficar vivo na Libertadores.

Barcelona 1 x 0 Inter-ITA: Esse Inter, já, teve mais sorte que o gaúcho. Podendo perder até por 2 a 0, o time italiano chamou o Barcelona para cima, para só se defender no confronto válido pela semifinal da Champion's League. José Mourinho armou uma defesa muito sólida, pensando apenas em evitar que o Barça vencesse por 2 a 0. E conseguiu. O gol irregular de Diego Milito, no primeiro jogo da semifinal, contou muito para o time, e os italianos pegam o Bayern de Munique na final, que não chegam desde 1972. Alguém aqui quer apostar no campeão?

Atlético-MG 3 x 2 Santos: Parecia que o Galo havia descoberto como, afinal, parar os meninos da Vila. Mas, sem Neymar, o Santos conseguiu marcar o segundo gol e pode se classificar na próxima quarta com uma vitória simples. Eu ainda acho que dá Santos. Destaque positivo para Diego Tardelli, que marcou os três gols do Atlético, e já tem cinco na Copa do Brasil. Tem tudo para fazer mais uma ótima temporada.

Flamengo 1 x 0 Corinthians: No clássico das maiores torcidas brasileiras, sobrou badalação e faltou futebol. O gol saiu apenas de pênalti, marcado por Adriano. Muita chuva no Maracanã, jogador do Flamengo expulso aos 36 minutos do primeiro tempo, e nada de Ronaldo, que teve má atuação. Nada decidido também, mas eu acho que dá Flamengo. Tem mais tradição na Libertadores que o Corinthians Paulista.

Bônus: Lyon 0 x 3 Bayern de Munique: Não havíamos comentado sobre o jogo ainda, então aproveito o post do Dia D+1 para falar rapidamente sobre o confronto. Primeiro que, de todos os jogos já citados de quarta, este, de terça, foi o melhor. O Bayern jogou muita bola, Olic marcou os três gols e despachou a surpresa Lyon das semifinais, garantindo a vaga na decisão. Louis van Gaal, o técnico do time alemão, deu um show de tática e estratégia, colocando Altintop no lugar de Schweinsteiger e adiantando o volante alemão, ambos de boa atuação. Ribéry, que não jogou por suspensão e não pega também a Inter, não fez falta. Resta saber se fará falta na final. Para a alegria de Elias, o Bayern vai decidir o título.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Quarta ''D''


Eu sei, ainda é terça-feira, mas às vésperas de Copa do Mundo não há como esconder a euforia de uma Super-Quarta-Feira de futebol. Eu chamo a Quarta ''D''.

Quarta do Divórcio, quem é casado com quem não gosta de futebol corre risco. Quarta do Deleite, de todos amantes do bom futebol. Quarta de Decisão. Desde a tarde até a meia noite, o futebol Domina a Quarta-feira.

Começa logo a tarde com o jogão entre Barça e Inter de Milão, pelas semi-finais de Champions League, a novidade é a trasmissão ao vivo da Rede Globo com a presença de Galvão Bueno em Barcelona. Messi tem mais uma chance de mostrar que é um dos grandes da história do futebol. Do outro lado está praticamente toda a zaga titular de Dunga.

Pelo Libertadores tem São Paulo jogando no Peru, e o clássico das multidões Flamengo e Corinthians que deve contar com 80 mil pessoas, além do duelo peso-pesado entre Ronaldo e Adriano.

O Inter vem de derrota no clássico, mas tem a chance de se recuperar pela Copa Libertadores enfrentando o bom time do Banfield, atual campeão argentino. O jogo é fora de casa, mas o colorado precisa mostrar personalidade para sair da situação em que se encontra.

Pela Copa do Brasil tem Santos e Atlético-MG, no mesmo horário de Fla x Cor, mas é um belo encontro dos meninos da vila e os comandados de Luxa. Ainda tem Grêmio e Fluminense, na estréia de Muricy logo a pedreira de pegar o tricolor gaúcho em alta, será um grande duelo.

* Andrade foi demitido vergonhosamente e Joel Santana não aceitou treinar o time, o Fla não tinha plano B está sem treinador, várzea total.

* Muricy assume o Fluminense e depois de anos um treinador paulista volta a assumir um time carioca.

* O Inter cogita botar o time reserva no próximo Gre-Nal, já da o título como perdido então...

* Antes da grande Quarta, hoje tem Bayer e Lyon, não escondo minha torcida pelo time alemão, mas a tarefa é complicada. Ribery é desfalque certo. Porém Robben joga, e muito.

domingo, 25 de abril de 2010

Mão na taça


Depois de 4 anos sem Gre-Nal em finais de Gauchão, o último foi em 2006, a história se repete, o tricolor se dá bem em pleno estádio Beira-Rio e dificilmente perderá o título de Campeão Gaúcho de 2010.

O jogo foi bom, se não tecnicamente, taticamente e em vontade a partida foi ótima. Na primeira etapa duas chances para cada lado, o Grêmio sempre aproveitando o vacilo de linha de impedimento equivocada que o colorado fazia, e o Inter sempre nos pés de Walter.

Na segunda etapa Silas trocou Ferdinando por Adílson e a equipe melhorou, tomou conta do campo do adversário e chegou ao seu primeiro gol em jogada de bola parada. No lado vermelho pouco mudou, apenas Walter tomava as ações com chutes de média distância sempre girando em cima de Mário Fernandes.

O tricolor venceu a partida aproveitando o descontrole colorado, mais uma vez em bola parada, Borges, de cabeça, completamente sozinho fechou o placar, mais uma vez o Inter erra bizonhamente ao fazer uma linha de impedimento errônea.

Agora tem o jogo de volta no Olímpico, mas a vantagem do Grêmio dificilmente será superada, até porque o Inter tem jogo na Argentina contra o Banfield no meio da semana pela Libertadores.

Destaques individuais do jogo:

Inter

Abbondanzieri: 6,5, não teve culpa nos gols

Juan: 4, sentiu a pressão de um Gre-Nal, não foi bem

Guiñazu: 6, bem na marcação, pouco ajudou no ataque

Andrezinho; 5, improdutivo foi substituído

D'alessandro: 6,5, Caiu na segunda etapa

Walter: 8; melhor jogador colorado em campo

Grêmio

Victor: 8, defesas difíceis, principalmente de Walter

Rodrigo: 8, bem na defesa, fez o gol que abriu o placar

Mário Fernandes: 4, perdeu todas para Walter

Neuton: 8, garoto da base, foi dos melhores em campo,

Leandro: 3, não joga bem pelo Grêmio, nervoso, saiu de campo

Jonas: 7, muita movimentação e dribles rápidos

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Prost!

Hoje é o Germann Beer Day, numa tradução livre significa Dia da Cerveja Alemã, mas como a Alemanha é um país autoridade no assunto, a data já é considerada como Dia Internacional da Cerveja. Admito que não sigo a Lei de Pureza da Cerveja, criada na Bavária em 1516, pois tomo ''quase'' quaisquer uma que aparecer. Entretanto tento manter algumas tradições.

Mas em uma roda de conversa entre amigos de origem alemã e um de origem italiana percebemos a falta de uma cervejaria na Cidade de Pelotas. Mauricio Thiel, fã declarado da ótima Eisenbahn, ainda acrescentou que das maiores cidades gaúchas Pelotas era a única sem cervejarias. Richard J. Wagner, cervejeiro oficial do República, é sempre muito exigente e ficará feliz com a notícia que trago. O Zambonato já prefere uma Carlsberg, mas também vai se agradar.

Pois amigos, degustadores, beberrões, ou apenas amantes da boa cerveja, trago-lhes uma ótima notícia: a tradicional cervejaria pelotense Original Bier está voltando a ativa, agora com fins comerciais, além da inauguração em Maio do Reustarante e Chopperia Bavária. Iniciativa de Válter Poestch que alega seguir a lei da pureza em sua produção.

Bom para a cidade, bom para as tradições, bom para quem gosta de uma cervejinha, ou mais de uma. O certo é que esse dia deve ser comemorada ao lado dos amigos e celebrando com uma gelada de qualidade. A todos, Prost!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Classificação com estilo





O Internacional venceu o Deportivo Quito, nesta quinta-feira, por 3 a 0 no Beira-Rio. Com o resultado, garante sua classificação na Libertadores e continua na briga pelo bicampeonato.

O JOGO

Falar que o Inter jogou muito é ser leviano. Provavelmente fez um dos melhores primeiros tempos da temporada até agora. Foi impecável. Marcou com eficiência e atacou com precisão. Pouco se viu do time equatoriano, e quase nada do goleiro colorado. O primeiro gol saiu logo aos 4 minutos, com Andrezinho, titular hoje, mandando um balaço de esquerda no ângulo.

E se o primeiro tempo foi um show de atuação dos jogadores colorados, o segundo parecia feito para o sofrimento. Nos primeiros 10 minutos, o Deportivo Quito cresceu, passou a atacar mais e melhor e até trocava passes. Mas seu domínio foi curto. Aos 15, o Inter marcou mais uma vez, com Bolívar, e dominou a partida.

Se o segundo tempo não foi tão bem quanto o primeiro, ainda assim jogou bem. O Inter jogou forte, lutou pelo resultado e foi atrás, pressionou. D'Alessandro fez mais uma boa partida, Kléber cresceu no seu decorrer, Andrezinho, autor do primeiro gol, jogou demais. Walter, em um lance, resumiu sua participação: passou por quatro e cruzou para Alecsandro. Não jogou tanto, mas a jogada mostra do que é capaz.

Edu entrou no lugar de Walter, F. Eller no lugar de Kléber e Giuliano no lugar de Andrezinho mais tarde. As substituições não mudaram o jeito de jogar, mas o Inter parecia mais cadenciar o jogo. Passou rápido. Até que Edu entrou correndo na área, mal encostou o pé no goleiro na dividida e foi expulso em uma decisão bizonha do juiz Amarillo. Não houve maldade, e foi falta apenas porque o goleiro valorizou o lance.

E, para encerrar com chave de ouro, Giuliano, agora alçado a contestado devido a suas fracas atuações, entrou na área aos trancos e barrancos, cortou na entrada para a canhota e mandou no ângulo. Golaço no último lance da partida, Inter 3 a 0 e classificação com estilo.

● O Grêmio perdeu por 3 a 2 do Avaí mas classificou-se mesmo assim na Copa do Brasil. Encara o Fluminense na próxima fase. Agora que a competição começa para valer, e, se repetir a atuação contra o time catarinense, pode se classificar.

domingo, 18 de abril de 2010

"O 10 sou eu".


Com essa frase, D'Alessandro deu números finais para o confronto de Internacional e Pelotas, pegando uma bola de rebote e garantindo a virada colorada. A vitória de 3 a 2 do Inter rendeu a taça Fábio Koff e lugar na final absoluta do Gauchão 2010 contra o Grêmio.

O jogo.

No primeiro tempo, o Pelotas demonstrou a estratégia do seu técnico, Beto Almeida, para arrancar mais uma vitória em Porto Alegre. O Inter foi para cima e o Pelotas marcou dois gols em contra-ataques, pegando a defesa, em ambas as vezes, desorganizada. No primeiro gol, aos 30 minutos do primeiro tempo, Clodoaldo encobriu o arqueiro alvirrubro e incendiou a torcida áureo-cerúlea.

O Inter não se desesperou, colocou a bola no chão e parecia pronto para o empate. Mas, em novo contra-ataque, aos 39 minutos, Alex Dias acreditou, correu mais que todo mundo e colocou a bola no meio da área, com o goleiro já batido, para Clodoaldo empurrar para o gol. Pelotas 2 a 0. Parecia que o lobão pelotense vencia mais uma.

Mas o Inter jogava bem. E, aos 43, em escanteio, Andrezinho colocou no meio e Bolívar, sem marcação, mandou de primeira no cantinho do goleiro Jonatas. Golaço e início da reação colorada. O Inter motivou-se, e partiu para o intervalo com apenas um gol de desvantagem e o segundo tempo na cabeça.

Inter volta pegando fogo, e Pelotas chama o adversário.

Beto Almeida foi inteligente ao definir a tática do seu time no primeiro tempo, mas no segundo tempo não conseguiu fazer o mesmo, exagerou na retranca e limitou-se a defender. Chamou o Internacional para o ataque.

A pressão era desorganizada, até que Fossati mostrou que também tem estrela e fez as três substituições essenciais para o jogo. Walter entrou no lugar de Giuliano, de atuação fraca, e de cara partiu para o ataque, abusado e puxando para as pontas. Edu e D'Alessandro entraram no lugar de Taison e Andrezinho.

Logo em seguida, em escanteio, D'Alessandro cruzou na medida e Edu mandou para o gol de Jonatas. 2 a 2 e o Pelotas se desesperou.

Apenas se defendendo como podia e atacando sem a mínima atenção, o Pelotas foi displiscente e deu um contra-ataque para o Inter. Glaydson mandou uma bola longa para D'Alessandro, que acionou Alecsandro também de longe. O centroavante colorado foi abafado por uma péssima saída de Jonatas, que deu espaço para o argentino D'Alessandro mandar de direita e garantir o 3 a 2 e a virada colorada.

A torcida explodiu, D'Alessandro correu para a torcida, mostrou a camisa e berrou que o titular era ele. Naquele momento, depois de sua boa atuação, é fácil. Basta ver se vai se repetir.

Muito para se tirar.

Se o Pelotas não foi o campeão, pelo menos demonstrou ter uma força que antes era inimaginável de um time do interior. Há quanto tempo um time de Pelotas não chegava a uma final de campeonato? É difícil até para o mais estudioso dos jornalistas esportivos dizer.

Não há vergonha nenhuma em perder de um dos maiores times do estado. Há apenas o orgulho de ter chegado até lá, ter assustado o dono da casa e poder ostentar uma campanha invejável. O Pelotas montou uma boa equipe, e só o que nos resta agora é esperar para isso tornar-se um padrão. Para o bem da cidade, do futebol do estado e de todos nós que pudemos ver um ótimo campeonato gaúcho, tomara que isso torne-se um padrão.
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CAMPEÕES E ATUAÇÕES

● No Rio de Janeiro, o Botafogo foi o campeão estadual, em cima do Flamengo e seu astro - aparentemente, mais uma vez - decadente, Adriano, que chegou a perder pênalti. Pelo lado do Fogão, 2 a 1 com dois gols de pênalti, Herrera e Abreu, o segundo de cavadinha.

● Em São Paulo, o Santos venceu por 3 a 0 o tricolor. Joga por música esse time do Santos. Parece que Robinho queimou minha língua, mas o time inteiro joga muita bola. Com destaque, obviamente, para a cabeça de toda operação, Ganso, a habilidade, Neymar e o banco, Madson, que seria titular absoluto em grande parte dos grandes times brasileiros.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Política no futebol: o verdadeiro jogo não está na televisão


*O objetivo era fazer esse post muito mais aprofundado, mas a falta de tempo para escrever e pesquisar não permite que eu me prolongue muito.


Acabou ontem a eleição para presidente do Clube dos 13, Fábio Koff foi reeleito, ficará no cargo por mais 3 anos.

O significado dessa frase é muito maior do que se pensa à primeira leitura.

Na verdade o que eu disse foi, Fábio Koff, atual presidente, venceu a CBF, a Rede Globo e Kleber Leite, canditado da oposição, numa eleição digna do país em que vivemos.

Essa história ja vem de longa data, mas começou a estourar quando Koff anunciou que ao final do contrato dos direitos de televisão firmado com a Globo, haverá uma reavaliação no valor do que a televisão deverá pagar aos clubes. Hoje a Globo paga ao Clube dos 13 cerca de R$ 600.000.000, o que foi estipulado por Koff é algo que chega perto de um bilhão de reais. A "toda poderosa" não ficou nem um pouco satisfeita, disse que não pagaria tal valor. Já podem imaginar o que Koff falou, mas faço questão de colocar entre aspas: "Abra-se a concorrência".

*Aqui entra uma série de coisas que merecem um post próprio, entenda-se o interesse da Record e como a transmissão dos jogos através de outra emissora poderia afetar no patrocínio aos clubes, visto que varios patrocinadores pagam para ter suas marcas expostas na Rede Globo. Mas isso fica pra depois.


Voltando ao Clube dos 13...

O propósito do Clube dos 13, hoje, é cuidar do interesse dos principais clubes do futebol brasileiro frente a CBF. Mas ele foi criado com outro propósito, organizar a liga dos clubes.

Essa idéia de deixar a organização do campeonato nas mãos do Clube dos 13 desagrada Ricardo Teixeira, na verdade agrada, pois ele não quer organizar o campeonato brasileiro, mas jamais deixaria na mão de gente que bate contra a CBF, deixar em um lugar que a CBF não terá controle nenhum.

Então formou-se a aliança Globo e CBF, Lançando Kléber Leite como à presidencia do C13.
Até aí, tudo bem, pessoas com interesses em comum tendem a andar juntas. A eleição do Kleber Leite proporcionaria o controle total do futebol brasileiro à Globo/CBF, pois os direitos seriam negociados novamente com a emissora, com CBF passando o controle do campeonato para o C13, que teria o presidente subordinado à ela.
O problema é que, para alcançar os objetivos, ambas ultrpassaram, e bem longe, a barreira da moral e ética que deveria prevalecer para duas entidades tão renomadas.


Aqui vão algumas ameaças feitas pela CBF para que os clubes que apoiaram Koff mudassem seu voto:

Atlético Paranense - A seleção brasileira vai ficar em Curitiba durante a copa de 2014, Ricardo Teixeira ameaçou diminuir o tempo de estadia da equipe brasileira na capital do Paraná
Internacional - promessa de o Beira-Rio ser sede de quartas de final/semi-final da Copa do Mundo
São Paulo - a ameaça se tornou ato concreto, no dia seguinte que Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, anunciou que seria vice de Koff, a CBF vetou o Morumbi para a Copa.
Sport - A CBF disse que reconheceria o título de 1987



Agora, os "incentivos" concedidos pela TV Globo e pela CBF para os clubes que votaram em Kleber Leite:

Botafogo - Recebeu empréstimo de R$ 8.000.000 da CBF para pagamento de dívidas.
Corinthians - Adiantamento do dinheiro dos direitos televisivos pela Globo.
Coritiba - Liberação do Couto Pereira.
Goias - É uma longa história, não consegui apurar tudo, mas é com relação ao jogo entre Goias e Inter em 2007, jogo que rebaixou o Corinthians, a CBF ameaçou rebaixar o Goias.
Santos - Possibilidade de receber uma quota maior dos direitos televisivos.


Pelo bem do futebol brasileiro, não conseguiram comprar todos os votos.

Não acho que Fábio Koff tenha feito grande trabalho. A liga dos clubes ainda é uma utopia, o futebol brasileiro ainda é refém da televisão, e, olhando um pouco para o próprio umbigo, Grêmio e Inter estão no terceiro grupo das cotas televisivas, recebendo 15 milhões de reais, o que não acho justo.

Mas é sabido que ele tem o objetivo de conseguir que o Clube dos 13 organize o campeonato brasileiro, e que quer acabar com o monopólio da Globo com relação aos direitos de trasmitir os jogos, além de que com ele, a essência do clube dos 13 está mantida, proteger o interesse dos clubes frente a CBF.

Se Kleber Leite fosse eleito, seria o fim. Os clubes seriam completamente reféns da CBF, com o C13 sendo apenas um ""braço" da referida confederação.

A vitória de Koff representa o continuísmo.....que bom.
*Editado
- A CBF nomeou o São Paulo como primeiro pentacampeão brasileiro, um dia depois da eleição do Clube dos 13, uma clara represália ao Flamengo que votou em Koff.
- Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, será o chefe da delegação brasileira na Africa do Sul, premio por ter sido leal à Kleber Leite (CBF).

Fim de Papo #01

É inaugurada uma nova coluna no República Opinativa. Fim de Papo. Nesta seção, dissecaremos todo assunto polêmico com muita imparcialidade, ou soltaremos a lenha naquilo que merece. E fim de papo! Para inaugurar, um assunto que, aparentemente, teve seu fechamento hoje, mas todos sabemos que está longe do fim (até a coluna acabar).

O título do Campeonato Brasileiro de 1987: Flamengo ou Sport?

Todos sabemos o caso... em 1987, os clubes uniram-se em torno do recém criado Clube dos 13 para formar a Copa União, que substituiria o Campeonato Brasileiro da CBF, que não tinha condições de montar o campeonato aquele ano. Os times foram divididos em duas chaves: módulo verde e módulo amarelo, com os campeões e vices dos dois módulos encontrando-se no final para um confronto geral e decisivo do campeão de 87. Flamengo e Internacional foram os dois times classificados do módulo verde, Sport e Guarani do amarelo. Os dois primeiros recusaram-se a disputar a última fase, e o campeão foi declarado o Sport, mas o Flamengo, até hoje, clama seu direito de título.

Bom, explicado. Agora, a polêmica.

No início, a Copa União não era organizada desta forma. A CBF, sedenta do dinheiro que esta disputa vinha dando, resolveu meter-se no meio e separar os dois módulos (o verde com os times que já estavam na competição e o amarelo entre 16 novos clubes), mesmo sem a suposta autorização de todos os clubes, e mediante apenas acordo com Eurico Miranda, na época vice-presidente do Vasco da Gama.

Com o campeonato em processo, os campeões e vices foram devidamente definidos (ou quase - Guarani e Sport dividiram o título do módulo amarelo depois de um empate em 11 a 11 nos pênaltis), e resultaram na discórdia máxima de todo o imbróglio: Flamengo e Internacional, campeão e vice do módulo verde, recusaram-se a jogar contra Sport e Guarani, perdendo por WO.

Com a argumentação de que a Copa União já tinha regulamento e taça própria, os dois times ignoraram a cobrança da CBF, que acabou por declarar Sport campeão e Guarani vice - times que, inclusive, jogaram a Libertadores de 1988 como representantes brasileiros.

Declarando a CBF como culpada pela confusão, as equipes posicionaram-se ao lado do Clube dos 13 e do Flamengo. A CBF, no entanto, foi a entidade que permitiu a criação da Copa União, permitiu a criação do Clube dos 13 e autorizou a disputa do torneio. Sem sua presença, não existiria nem a Copa União e muito menos o Clube dos 13, o que, pelo modo como Eurico Miranda identificou, dava motivos o suficiente para a organização entrar no torneio com mais 16 clubes. Eurico Miranda, inclusive, além de vice-presidente do Vasco, era vice-presidente da entidade no momento.

A Copa União tinha a autorização de ser alterada, mesmo que nem todos concordassem.

É difícil, mas, dessa vez, ao escolher São Paulo como primeiro penta, a CBF acertou. O Flamengo foi campeão da Copa União, e não do campeonato brasileiro. Se não bastasse a autorização (ignorada) de Eurico Miranda e o poder máximo da CBF, a decisão foi levada aos tribunais e mais uma vez Sport foi declarado o campeão.

Injusto, pode ser, mas neste caso, as dúvidas ainda não acabam-se, a começar pela atuação da CBF no caso todo. Mas é o que é. Sport campeão e fim de papo.

domingo, 11 de abril de 2010

A história continua


Eu já previa durante a semana: O jogo válido pela semifinal da Taça Fábio Koff seria mais complicado em comparação ao feito de derrubar o ex-invicto Grêmio. E assim foi, mas o Pelotas mais uma vez jogou muito bem, e quase se complicou sozinho.

O Lobo marcou logo cedo em um belo gol de Alex Dias, dominou até os 20 minutos da etapa inicial e então só administrou. Isso até ter dois jogadores expulsos; Jardel mais uma vez não consegue terminar uma partida inteira, é bom jogador, mas exagera nas faltas, já Tiago Duarte bateu recorde de conseguir levar 3 cartões em 20 segundos, foi para a rua por infantilidade.

Aproveitando o momento instável do Pelotas o Zequinha prontamente empatou a partida e a vaga parecia mais distante. Mas Beto Almeida mexeu bem na equipe que suportou muito bem 30 minutos com dois jogadores a menos, marcando de forma exemplar atrás da linha da bola.

Nos pênaltis, os áureo-cerúleos converteram seus tentos, mas quem brilhou foi mesmo, mais uma vez, o goleiro Jonathas, pegou dois pênaltis, um ele encaixou, outro ele ficou parado numa pesudo-paradinha e se deu bem. Agora é final contra o Inter, e mais uma vez a missão é difícil mas não impossível.

Heróico, suado, votorioso. Mais uma vez a Av. Bento se pintou de Azul e Ouro.

O time teve alguns destaques individuais negativos e positivos, o autor do post deixou suas notas:

1-Jonathas: 9, Passou segurança durante o jogo e defendeu dois pênaltis

2 - Maurinho, 6,5 , deixou a desejar em comparação à atuação de luxo contra o Grêmio

4 - Bruno Salvador, 6, boa atuação, mas por vezes se perdia no posicionamento

5- Gavião: 8,5 , marcou intensamente e comandou o time como sempre

7 Alex Dias: 7, Fez gol, se movimentou bem, mas cansou

9 - Tiago Duarte: 3, expulso infantilmente deixando seu time na mão

sexta-feira, 9 de abril de 2010

História em azul e amarelo




Eram 51 jogos sem perder no Estádio Olímpico, 15 vitórias consecutivas na temporada, com tudo isso o Grêmio era um adversário quase imbatível, ainda mais em casa. Mas os números não entram em campo, e os comandados de Beto Alemeida não temeram os números tampouco o time tricolor.

Foram dois gols de pênalti é verdade, porém o Lobão dominou a equipe da capital, principalmente na primeira etapa, forçava o erro do Grêmio e jogava com tranquilidade e com eficiência. O maestro tricolor Douglas não conseguiu jogar já que Gavião não descolou dele, o gremista ainda foi expulso no final do jogo.


Mesmo jogando melhor o Pelotas levou o primeiro gol, aí que veio o golpe. O Grêmio achou que venceria a partida quando e como quisesse, mas ao levar o gol de empate o tricolor se descontrolou. Tiago Duarte fez a polêmica paradinha e deixou Victor no chão. O Grêmio se jogou ao ataque de forma desordenada.


Aproveitando o momento de descontrole do adversário a equipe áureo-cerúlea aproveitou para jogar nos contra-ataques, e mais uma vez de pênaliti marcou. Caía a invencibilidade de mais de um ano dentro do Olímpico e o Grêmio não teve forças para reverter a situação.

O República alertou ontem mesmo, o interior estava forte como nunca e a velha soberba e arrogância dos times grandes fizeram a classificação heróica do Pelotas virar um fiasco nacional.


Durante a quinta-feira, dia 8 de abril, tudo o que mais ouviu-se dos colorados foi a provocação para com os gremistas. "Olha que o Pelotas fará o crime!", ou "Cuidado com o salto-alto!". O fato é que poucos realmente acreditavam que o Esporte Clube Pelotas seria capaz de derrotar o Grêmio em pleno Estádio Olímpico. Ainda mais de virada.

E foi o que aconteceu. Dois a um. Dois gols de pênalti de Tiago Duarte (um com paradinha!) e uma atuação digna de ficar na história do time pelotense. Jogou bem, e jogou com atitude, cabeça erguida, encarando o tricolor porto-alegrense de igual para igual.

O primeiro tempo foi favorável ao áureo-cerúleo, mas somente na atuação. O Grêmio jogou mal, mas fez um gol aos 47, indo para o intervalo com a vantagem. A noite parecia de mais uma vitória para a seqüência de vitórias e invencibilidade de 51 jogos no Olímpico.

Mas os gremistas esqueceram de avisar o Pelotas que era para ser assim. O Grêmio melhorou, mas o Pelotas não se assustou, foi para cima nos contra-ataques, avançou e conseguiu um pênalti escandaloso de Victor sobre Tiago Duarte, aos 20 minutos. O mesmo Tiago cobrou, com paradinha, e o goleiro selecionável ficou a ver navios. Empate. A torcida azul e ouro comemorou, a tricolor se calou.

No segundo tempo, o jogo não era emocionante, mas também não estava parado. E em mais uma boa jogada do Pelotas, Clodoaldo entra com a bola aos 33 minutos e é derrubado por Mário Fernandes dentro da área. Outro pênalti. Tiago Duarte cobra de novo, com força, sem dar chances para o goleiro gremista.

O restante do jogo deu-se com pressão desorganizada gremista. Parecia perdido em campo, nervoso. Silas levava as mãos à cabeça, como se pensasse no que fazer. Mas as esperanças gremistas de pelo menos empatar acabaram quando Douglas, irritado, chutou a bola no bandeirinha e foi justamente expulso. Ao sair, ainda ameaçou o auxiliar. Apenas mais um dos sinais que diziam que, naquela noite, a festa era na Avenida.

E que festa.
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CURTINHAS

● Kléber Leite continua forçando sua candidatura à presidência do Clube dos 13, apoiado pela influência de Ricardo Teixeira, o todo-poderoso e temível líder da CBF. Fábio Koff é o merecedor líder dos clubes. Protege os interesses dos times, não importando quem seja. Ricardo Teixeira quer este poder. E assusta aqueles que não acham uma boa idéia. É confusão de gente grande.

● O Flamengo empatou pela Libertadores, contra a La U, em 2 a 2. Depois da tragédia no Rio de Janeiro, é admirável que o time tenha buscado o resultado sem ressaca nenhuma e que a torcida tenha participado. Jogo importante. Resultado frustrante.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Interior forte


O Gauchão 2010 vai se encaminhando ao final, com o Grêmio como franco favorito e o Inter correndo por fora, até aí nenhuma novidade, mas esse ano a coisa pode ser diferente. Os times do interior estão fortes como nunca e prontos para fazer a zebra passear no gaúcho.

Ontem o Ypiranga de Erechim despachou a sensação do segundo turno Caxias em pleno estádio Centenário e o Novo Hamburgo se mostrou mais uma vez um time de velocidade e toques curtos, complicou a vida do Internacional, jogou melhor, aguentou os 90 minutos, mas sucumbiu nas penalidades.

Ainda tem o Veranópolis e o São Luiz que apesar de não se classificarem montaram times de alta qualidade, isso sem falar no São José de POA, o Zequinha apostou na manutenção da base do time da Copa Arthur Dallegrave e faz um grande campeonato.

Hoje o Pelotas enfrenta o Grêmio no Estádio Olímpico, onde o tricolor não perde faz 52 partidas, mas o primeiro passo é acreditar, já que o Lobão também tem um dos melhores elencos do interior e sonha em estragar a festa na capital.

A última vez que uma equipe do interior se sagrou campeã do campeonato Gaúcho foi o Caxias do técnico Tite em 2001, sobre o Grêmio de Ronaldinho, isso fazem nove anos, de lá pra cá os times da capital quase não foram ameaçados, mas com a qualidade atual dos times de fora da capital, este seria o ano perfeito. A missão é complicada, mas não impossível.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Gauchão e o show de Lionel


A dupla GreNal vive momentos distintos, o que já se tornou usual. O Grêmio vem embalado depois de muitas vitórias consecutivas, e é o favorito absoluto para o título do Gauchão 2010. O Inter, embora vem de duas vitórias, ainda não tem um futebol digno de seu investimento, muito menos digno de entrar em qualquer disputa como favorito.

Mas vale chamar atenção para o que pode-se criar a partir disso. O Inter perdeu jogos que poderia perder. Quando precisou ganhar, ganhou. Contra o Cerro-URU, foi superior e mereceu a vitória. Contra o Universidade, jogou mal durante boa parte do jogo, mas, na hora de decidir, meteu quatro gols na colada. O Grêmio, ainda não perdeu. A partir daqui, não pode perder nenhum também.

Encara o Avaí pela Copa do Brasil. Eu acho que passa, assim como todo cronista esportivo gaúcho e catarinense. Mas zebras existem e ocorreram não muitos dias atrás, na mesma Copa do Brasil, onde o Santa Cruz venceu o Botafogo em pleno Engenhão e eliminou o time carioca (campeão, do primeiro turno do Rio, assim como o Grêmio).

O que não é nada distinto entre os times são os próximos confrontos. É ganhar ou ganhar. O Inter, para manter-se vivo tanto no Gauchão quanto na Libertadores, o Grêmio, para buscar mais um título da democrática Copa do Brasil. Ganhar ou ganhar. Perdendo, cabeças vão rolar.

O Santos está num novo "momento alegria", como na sua primeira edição dos Meninos da Vila. Mas não é condizente com a exposição que recebe dos meios de comunicação. Ganha, ganha bem e dá show, isso é verdade, e é realmente lindíssimo de ver o Santos-2010 jogar, mas nos jogos difíceis não tem um tamanho aproveitamento. Contra o time do Palmeiras pronto para se defender, perdeu. E não existe fazer quatro gols na "sorte", como muitos disseram que o Porco teve. O Santos tem futebol, mas precisa também ter cabeça.

O craque Messi destruiu mais um jogo, e, dessa vez, com requintes de crueldade. Marcou quatro gols (cada um de um jeito, mostrando toda sua gama de habilidades) contra o Arsenal, na vitória do Barcelona por 4 a 1, despachando o time inglês e avançando às semifinais da Champion's League. Como eu disse em outro post, Messi é o melhor do mundo. Fácil. Ele faz miséria com jogadores profissionais prontos para derrubá-lo de qualquer maneira. É rápido, ágil, inteligente, preciso e objetivo. Craque. Pode se tornar um dos grandes da história. Talvez esse ano mesmo. Basta mostrar a que veio na Copa do Mundo 2010.


Enquanto o Grêmio coloca as pratas da casa, o Inter contrata. Mas, dessa vez, usou a cabeça e trouxe um zagueiro de qualidade. Ronaldo Conceição, 23 anos, jogava no River Plate-URU, é gaúcho e considerado a revelação uruguaia de 2009. Finalmente, renovação na zaga colorada! Inscrevam o jogador logo na Libertadores! Este time do Inter precisa de jogadores mais jovens e, se possível, rápidos na zaga. Ah, e um detalhe: Ronaldo é colorado desde criança.

O Campeonato Gaúcho 2010 continua nesta semana. O Inter encara o Novo Hamburgo nesta quarta às 21h50min. O Grêmio pega o Pelotas quinta-feira, no mesmo horário. O Nóia vem com uma boa campanha na Taça Fábio Koff, e o Pelotas de um empate heróico protagonizado por Sandro Sotilli, aos 47 do segundo tempo. Promessa de dois bons jogos, mas o Grêmio deve ter um caminho mais fácil. O time de Novo Hamburgo já venceu uma vez o Inter e está com vontade de repetir a dose.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Último suspiro


O futebol de Pelotas está em baixa. Pela segundona, na primeira fase, onde de oito equipes se classificavam seis, o Brasil de Pelotas e o Farroupilha conseguiram a façanha de ficar de fora, isso mesmo, ficaram em sétimo e oitavo lugar respectivamente. Já o Pelotas tem a coragem de comemorar uma classificação no sufoco em quarto lugar pegando o Grêmio pela frente.

No Farrapo até se entende, o clube vem mal a tempos, fez agora um projeto à longo prazo, mas o xavante é a vergonha não só do futebol de Pelotas mas também gaúcho, não conseguiu passar da fase regional da segundona, perdendo a vaga para o Guarani de Camaquã em seu primeiro ano como clube profissional. Com um folha de aproximadamente 100 mil reais, o rubro-negro ficará quase três meses parado pagando salário para jogadores contratados através de DVDs.

Já o Pelotas tem um dos melhores, se não o melhor, elenco do interior do estado, mas não consegue repetir boas atuações e se classificou na base da raça e do abafa. É presa fácil para o embalado Grêmio que não sabe o que é perder nem empatar já fazem quinze jogos. Ao menos o Lobo da Avenida garantiu uma vaga na série D do Brasileiro e terá calendário para o resto do ano.

Nas praças, nas ruas e principalmente no Café Aquario o povo se pergunta o que será da cidade sem futebol. Continuará sendo uma cidade exportadora de mão de obra, já que todo mundo estuda e vai embora, uma cidade elitizada mesmo estando na merda, uma cidade melhor de se respirar desde a lei anti-fumo, porém uma cidade mais triste, que ficará três meses sem sorrir, sofrer gritar nem soltar rojões. Triste realidade do futebol pelotense.

domingo, 4 de abril de 2010

Cerveja do Fim de Semana: Polar



Polar: A nova Skol ?


Informações Relevantes: Fundada em 1929 na cidade de Estrela, Rio Grande do Sul e faz parte da Antártica desde 1972.

Concuminando com o início da derrocada do sabor agradável de Skol, líder de mercado, a cerveja Polar começou a (re)ganhar um espaço consideravelmente bom no mercado, mercado gaúcho, é claro. Como dito anteriormente e em uma postagem anterior, Skol era lider (ainda é) de vendas no mercado nacional e no mercado gaúcho. Em uma determinada época do século 2000, a cerveja Polar começou a crescer, e cada vez mais essa marca ganhava espaço nos pontos de venda. Até aproximadamente o ano de 2005, a cerveja em questão era rara de se encontrar em bares, e até mesmo em supermercados. Hoje essa cerveja é facilmente encontrada, tanto quanto Skol.

O bairrismo gaúcho também ajudava o crescimento gigantesco nas vendagens da cerveja. O slogan: "A melhor é daqui" infantilmente convencia que a nossa cerveja seria a melhor do país (é no mínimo falta de conhecimento), pelo fato de ser uma marca produzida única e exclusivamente no Rio Grande do Sul, e que não é comercializada fora do respectivo estado.¹


Até aqui o leitor deve pensar que a cerveja não apreciável, era mais uma água qualquer. Engana-se. Por meados de 2006 a essa cerveja sim estava agradável, perdia em qualidade apenas para concorrentes de nível de cerveja extra. Infelizmente estamos tratando de uma cerveja da Ambev, então o leitor já sabe: ganhou popularidade e decaiu a qualidade.

Não posso falar muito da Polar nos anos 90, eu não bebia cerveja nenhuma nessa época, mas segundo o meu pai, era uma cerveja difícil de encontrar na região sul do RS, mas em Estrela e Lajeado, a cerveja era um líquido de bom gosto.

¹ Segundo fontes, Polar era vendida no Paraná por meados do início dos anos 70, mas devido à viagem, chegava ao destino com sabor desagradável.

Preços: Preços equivalentes à Skol, mínima diferença

NOTA: 4,3

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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Inter 2 x 0 Cerro-URU


Tudo se resumia à noite de ontem, dia 31 de março. Os colorados mordiam as unhas. Os gremistas secavam como nunca. Durante o dia, pouco se falou além do "será que ganha?". Chegou a noite. A hora se aproximava. Assim que Fossati pisou no gramado para orientar seu time no confronto pela Libertadores da América, a sorte estava lançada. E Fossati, afinal, fica.

O jogo começou tão nervoso devido ao retrospecto do time. De seis jogos sem vitórias, com duas derrotas a nível de fiasco (3 a 0 para o Zequinha e 2 a 0 para o Caxias), o triunfo colorado sobre o Cerro garantiu um novo começo para o técnico Jorge Fossati. Agora, tem tranqüilidade mais uma vez para trabalhar. Mas e o jogo?

O Inter estava nitidamente nervoso. O Cerro, time bem montado, foi claro desde o início do jogo: viera para empatar. Tinha muito vigor na marcação, pouca habilidade para puxar contra-ataques e quase nenhuma ambição para tanto. O Inter chegava à frente, ameaçou, mas faltava encontrar o gol. Quando o primeiro tempo acabou em 0 a 0, aí a torcida começou a se preocupar.

No início do segundo tempo, o Inter foi para cima. Era a equipe colorada quem precisava do resultado. Com apenas um empate, o Cerro garantia a liderança, e praticamente sua vaga. Mas mais uma vez parava no seu nervosismo ou na área muito bem postada do time uruguaio. Até que um dos protagonistas do jogo surgiram para mudar isto.

Walter, o sumido, o polêmico e o agora titular, pega a bola na esquerda e cruza para a área. A bola parece não apresentar risco, até que Ibañez marcou contra. A tensão de Fossati, da torcida e do time caía, era quase tangível.

E, 13 minutos depois, D'Alessandro cruza também da esquerda. Walter, de novo ele, ajeita de ombro com um belo improviso, Giuliano chuta forte, o goleiro dá rebote e Alecsandro dá números finais ao confronto. Internacional 2, Cerro-URU 0.

Mais importante tirar do jogo a postura da equipe. Venceu na competição que importava, e, apesar do nervosismo, garantiu sua vitória. Ainda tem muito o que melhorar, principalmente no quesito de finalizações, mas agora o Inter é líder do grupo, e a classificação parece encaminhada. Inter vivo, Fossati à salvo. Pelo menos por enquanto.