Durante um tempo fiquei afastado do Megadeth. Claro que continuava ouvindo, mas o fato de que David Ellefson não era mais o baixista, fez com que eu desconsiderasse a banda, para mim era apenas Mustaine e contratados.
Antes de ser confirmado o show, vieram a tona duas notícias que fizeram eu me empolgar demais com a possibilidade de ter a banda em tocando em POA. David Ellefson estava de volta, e mais, a banda estaria comemorando os 20 anos do mega premiado disco Rust in Peace, e iria executar-lo na integra durante os shows.
Antes de ser confirmado o show, vieram a tona duas notícias que fizeram eu me empolgar demais com a possibilidade de ter a banda em tocando em POA. David Ellefson estava de volta, e mais, a banda estaria comemorando os 20 anos do mega premiado disco Rust in Peace, e iria executar-lo na integra durante os shows.
O repertório é indiferente, mas a volta do Ellefson fez com que eu realmente sentisse que eu ia ver o Megadeth, e não Mustaine e contratados.
Show
Dessa vez não teve nada de ficar horas e horas em fila. A excursão saiu às 17:00h de Pelotas, chegamos em Porto Alegre por volta das 20h:45min, o show marcado para as 22:00h.
Que desorganização! Nunca vi nada parecido. O acesso a pista vip, era uma cena que não há como descrever em palavras. Só posso adiantar uma coisa, furamos, na cara dura.
Que desorganização! Nunca vi nada parecido. O acesso a pista vip, era uma cena que não há como descrever em palavras. Só posso adiantar uma coisa, furamos, na cara dura.
Dentro do Pepsi On Stage a banda de abertura, Distraught, já estava no final do show, vi apenas as três ultimas músicas, mas ouvi todo o show enquanto estava do lado de fora. Muito boa a banda. Death/Thrash de muita qualidade.
No intervalo entre as bandas, consegui ir me “infiltrando” entre as pessoas, para ficar quase colado na grade na hora que o show começasse.
As luzes começaram a se apagar, delírio dos mais de 5 mil presentes. O playback do riff da música “Black Sabbath”( da lendária banda de mesmo nome) começou a soar pelo Pepsi On Stage, os integrantes do Megadeth foram aparecendo um por um, Shawn Drover subiu na bateria, Chris Broderick aparece à direita do palco empunhando sua Ibanez, exatamente na minha frente, e a esquerda do palco, o mito e co-fundador do Megadeth David Ellefson surge, seguido finalmente por ele, Mr. Dave Mustaine e sua Flying V. Eu estava tão extasiado que não consegui prestar atenção no que estava sendo dito por sobre o playback.
Como tinha pesquisado os setlists anteriores estava esperando a música “Skin O’ My Teeth” que estava sendo usada de abertura nos shows da turne. Para o deleite de todos, Mustaine resolveu fazer jus ao nome da tour (The Endgame Tour) e mandou logo de cara as duas primeiras músicas do último disco, “Dialetic Chaos” e “This Day We Fight”. Todo esforço que eu tinha feito para chegar perto do palco foi inútil. Às primeiras notas da instrumental “Dialetic Chaos” fui esmagado e arrastado para a outra extremidade do palco. Durante a execução da supramencionada segunda música, eu ja estava passando mal, era muito aperto, muita pancadaria e estava muito difícil de respirar. Não me entreguei, pois sabia o que me esperava. “In My Darkest Hour”, foi aquele momento que sempre ocorre nos shows de nossas bandas preferidas, ignorei tudo para cantar com todas as forças. Simplesmente foda.
Agora sim, “Skin O’ My Teeth”, cantada em coro por todos, enquanto eu me recuperava emocionalmente e fisicamente.
Após, a primeira conversa de Mustaine com a platéia. Nada de discursos demorados, só aquela introdução básica e vamos ao que interessa. Rust In Peace, o disco mais aclamado da banda, ia ser executado na integra.
“Vocês sabem porque estão aqui”, curto e grosso (usando uma gíria bem gaudéria), foram as palavras de Mustaine antes de executar o riff de “Holy wars... The Punishment Due” . Que música foda. Seguiu o disco executado na integra, “Hangar 18” e seus milhares de solos, “Take No Prisioners”, “ Five Magics” com a sensacional linha de baixo de Ellefson, “Poison Was The Cure”, “Lucretia”, a espetacular “Tornado Of Souls”, “Dawn Patrol”, e finalmente “Rust In Peace... Polaris”.
Esse disco é um dos que mais ouvi na minha vida, ter a possibilidade de presenciar a execução ao vivo, na íntegra, realmente foi uma experiência única.
A banda some por um momento, Mustaine reaparece com uma guitarra Explorer. Muito estranho, nunca o tinha visto empunhar outra guitarra que não fosse uma Flying V. Ele prepara a platéia para cantar o refrão de “Headcrusher”, single do último album. Após um breve ensaio, tome paulera. Música destruidora.
Seguindo ainda no Endgame, é executada “The Right to Go Insane”.
*Mustaine veio a dizer depois, em um pronunciamento oficial, que o show em POA foi o melhor da turne brasileira. Acho que tem muito a ver com o modo como a platéia se portou principlamente na execução das músicas novas, todas cantadas em coro.
Muito emocionante, e inesperado, foi a execução de “A Tout Le Mond”, música que não estava no setlist da turne. É a grande “balada” escrita pelo Megadeth, cantadas aos prantos por todos.
Momento clássicos. Symphony of Destruction é simplesmente espetacular. Eu achei que seria aquelas músicas enjoativas, de tanto que já se ouviu estamos saturados, mas foi justamente o contrário. Com certeza uma das músicas que mais me emploguei, é fantástico como essa música encaixa bem, parece que foi feita para ser executada para milhares de pessoas.
Logo em seguida veio Trust. Me decepcionei ao não ver o Dave com a guitarra de 12 cordas, caracteristica na execução desta música, mas nada que traga grandes prejuízos.
Nota: Chris Broderick é fantástico. É óbvio que para muitos, inclusive este que vos fala, Marty Friedman é insubstituível, mas é inegavel a qualidade de Broderick na guitarra. Podemos dizer que ele honrou, e muito bem, os solos de Marty, e merece sem dúvida o posto que ocupa.
Para terminar, o hino mais antigo do Megadeth, “Peace Sells”. Sem palavras. Cantar aquele refrão, que tantas vezes cantei ouvindo a música em casa ou em outros lugares, ao vivo....é perfeito.
Achei que não haveria maneira melhor de encerrar o show. Mas Dave guardou uma surpresa, um bis de holy wars, o final da música sendo executado novamente pela banda, enquanto ele fazia os agradecimentos. Por fim , Mustaine pegou a guitarra e tocou as últimas notas... "Cowards! Cowards!" .... “Next thing you know, they’ll take my thoughts way!”.
Quando todos se retiravam ainda tentei chorar para a produção uma palheta ou algo do genêro, mas não fui atendido.
Não importa, eu fui a Porto Alegre para ver o Megadeth e definitvamente eu vi o Megadeth.