domingo, 31 de janeiro de 2010

GreNal 379. Pós-Jogo.



Alecsandro marcou aos 34min. do segundo tempo para dar a torcida colorada mais uma, e para o técnico Jorge Fossati a primeira, vitoria em clássico.


Isso é clássico.


Como falado no pré-jogo, sempre se espera surpresas em um GreNal. E é claro que elas apareceram. Logo na escalação do Grêmio era anunciado que Hugo não jogaria, dando lugar a Joílson, e que Lúcio entraria na lateral esquerda no lugar de Fabio Santos. O técnico gremista pretendia fortalecer o sistema defensivo, já que o time sofreu gols em todas as partidas.


Do lado colorado, sem invenções. Sai D’Alessandro machucado e entra Giuliano, jogador que o técnico Fossati já havia anunciado que jogaria independentemente da formação tática da equipe. Formação essa que não foi alterada. Acertei na previsão do 3-5-2.


O jogo.


O jogo começou truncado, o Inter tentava trocar passes e o Grêmio era mais vontade que organização. Com ambas as equipes reféns do esquema tático, 3-5-2 pros dois lados, as jogadas pelas laterais era o que de melhor acontecia em ambos os times, mas com um Inter mais organizado trabalhando melhor a bola e marcando em cima sem ela, e um Grêmio desorganizado tentando na base da vontade. Os quatro laterais alas que estavam em campo apareceram bastante. As jogadas de criatividade pelo meio campo foram quase nulas. Giuliano apesar de estar no papel posicionado como meia de criação caia pelas duas pontas e era o jogador colorado que fazia melhor partida, chegou a marcar um gol, que foi corretamente anulado, ele usou a mão para dominar. O que o Grêmio tinha de bom era o “guri” Mario Fernandes, em mais uma ótima partida, basicamente anulou Taison, embora este quase tenha feito um gol de cabeça em uma bola que chegou 1 segundo atrasado para completar.


Fim do primeiro tempo. Ambos os times criaram chances, quase sempre pelas laterais do campo, mas o Inter foi quem chegou com mais perigo.


Segundo tempo


O Grêmio começou assustando, mas foi só isso mesmo susto. O meio campo do tricolor não fez nada ofensivamente, Souza só ciscava e caia tentando cavar falta...com o Leandro Vuaden apitando.Aos 15 min. veio as substituições. Primeiro Jonas, que não fez uma boa partida, deu lugar a Hugo. Silas queria alguém pra encostar no Borges, já que não existia ligação ataque-meio campo. Depois foi a vez de Fossati, sai Taison entra Edu. A alteração do Grêmio surtiu pouco efeito. Hugo até conseguiu algumas carregadas, mas fez pouco. A do Inter tambem parecia não ter surtido efeito.


Lá pelos 30 min. o técnico Fossati sacou Giuliano, que no segundo tempo não vinha bem, e colocou Andrézinho para alegria de muitos colorados presentes, que pediam a presença do meia. Pouco tempo depois Souza se machucou em uma dividida com dois jogadores colorados e saiu de campo. O Inter aproveitou a vantagem numérica, logo em seguida Edu, ele mesmo, disputou com dois gremistas e a bola sobrou para Alecsandro. Caixa. Belo chute e 1 a 0 Inter.


O Grêmio ate tentou, mas o Inter segurou a vantagem sem sofrer maiores sustos, com exceção do ultimo lance do jogo em que a bola sobrou para Maylson dentro da área, Lauro fez uma ótima defesa e a bola ainda tocou na trave.


Final de Jogo.

Para os colorados o ano começa como começou o anterior, vitória no clássico. Festa em Erechim.

Aos gremistas é mais uma derrota no clássico, varios torcedores estão ficando com a cabeça inchada. A esperança é que o novo contratado, o meia Doulgas, possa resolver os problemas de meio-campo desse time.


Notas:

*Vale a pena destacar a lambança da comissão técnica do Grêmio. Logo após o gol colorado, Silas resolveu tirar Adílson e colocar Maylson, mas Souza já estava fora de campo e não voltaria. O Grêmio continuou com um a menos, só ao final do jogo Silas colocou o garoto Fernando no lugar de Souza. O técnico gremista disse que houve um erro de comunicação e que ele não sabia que Souza não voltaria.


* O Inter não perde um clássico no Gauchão desde 2001. São 12 partidas ao todo.



Inter

Lauro; Bolívar, Índio e Fabiano Eller; Nei (Bruno Silva), Guiñazu, Sandro, Giuliano (Andrezinho) e Kleber; Taison (Edu) e Alecsandro. Técnico: Jorge Fossati.


Grêmio

Victor; Maurício, Rafael Marques e Mário Fernandes; Joílson, Ferdinando, Adilson (Maylson), Souza(Fernando) e Lúcio; Jonas (Hugo) e Borges. Técnico: Silas.


Estádio: Colosso da Logoa, Erechim/RS.


Árbitro: Leandro Vuaden (Fifa/RS)

GreNal 379. Pré-Jogo

Hoje tem! O jogo que gremistas e colorados sempre fazem questão de ver. Não interessa por qual campeonato, Grêmio e Inter, Inter e Grêmio, jogo que sempre pára o estado.
Novamente em Erechim, a expectativa é casa cheia mesmo com os preços nada acessíveis dos ingressos.

Embora seja a estréia de ambos os treinadores, no exercício de suas atuais funções, o protocolo é o mesmo, nada de divulgar escalações, cada um joga a pressão pro outro lado, e as surpresas podem aparecer.

O Inter perdeu um dos seus principais jogadores, o argentino D’Alessandro sofreu um fratura no rosto e vai desfalcar o time. O que é certo é que Giuliano vai jogar, independentemente do esquema tático que, pra ser franco, não tenho a mínima idéia de qual vai ser. Pode ser um 3-6-1 sem Taison, o que não acredito, pode ser um 3-5-2 como foi na vitória contra o Juventude com Giuliano no lugar de D’Alessandro, ou até um 4-4-2, com Giuliano entrando no lugar de um dos zagueiros. Andrezinho também está bem cotado para jogar. Pelo fato do técnico uruguaio ser fã do sistema com três zagueiros acredito que ele utilize o 3-5-2, mas como disse é GreNal e as surpresas sempre aparecem.

No Grêmio é o primeiro grande teste para esse novo elenco. Leandro está fora devido a uma fratura no dedão do pé direito. Assim como no Inter, existe mistério em relação a qual vai ser o esquema utilizado pelo técnico Silas. O 3-5-2 é o preferido mas também existe a possibilidade de recuar Fábio Santos para lateral esquerda e puxar Ferdinando da ala direita para a sua função original de volante, fazendo um 4-4-2. No caso do Grêmio os jogadores são os mesmos em ambos os esquemas.

Espero um jogo bem truncado e com cara de GreNal. Faltas, gols de bola parada, nervos a flor da pele, discussões e polêmicas, exatamente da maneira que gostamos e apreciamos o clássico.

Acredito em um placar magro, 1x0 ou 2x1 para qualquer um dos times.

Encham seus geladeiras, reúnam seus amigos, hoje tem.

sábado, 30 de janeiro de 2010

That is just our life



8h. Toca o despertador. Não aqui em casa, mas em pelo menos umas 200 casas em Pelotas. Todos sabem que chegou o dia, aquele dia que não chegava nunca, mas que todos esperaram como se fosse a final de um campeonato, a formatura de um filho, a promoção no emprego. Todo esse exercito vai para o mesmo lugar. Uns demoram três, alguns quatro e outros até cinco horas para chegar. Regados à cerveja, é claro, muitos não viram o tempo passar, enquanto outros contavam cada minuto do trajeto. Porto Alegre é o destino.

Chegando lá, todos se deparam com outras massas vindas de tudo que é canto do país e até de fora dele. É Florianópolis, Bahia, Uruguai e por aí vai. Então vem a pergunta: O que faz aproximadamente 30 mil pessoas se distanciarem de seus lares e afazeres para irem a um lugar, para muitos, bem distante de suas casas?
Sim você sabe a resposta, pode gritar bem alto. Metallica! Os quatro cavaleiros estarão tocando em POA nessa noite.

A primeira tarefa é comer algo, todos sabem que uma vez que se entra na fila só sairemos de lá ao final do show. Tarefa cumprida vamos ao que interessa. Fila gigantesca, caminhamos em direção ao final mas... estamos no Brasil, encontramos um “amigo” no meio da fila e, não me orgulho disso, mas é o Metallica, furamos a fila.

O sol começa a aparecer, as cervejas a esquentar, a camiseta preta com uma estampa gigantesca começa a torrar....porque estamos passando por isso mesmo? Ah sim, Metallica.
Depois de uma espera nem tão longa assim a fila começa a se mover, peguem seus ingressos, nós vamos entrar. Quando foi anunciado que o show mudaria de lugar ninguem imaginava o problema que teríamos. O terreno era de pedra/areia batida, choveu muito nos dias anteriores, ou seja, barro. Muito barro.

17h. Estamos já posicionados a frente do palco. 300 reais no ingresso VIP nos dá esse privilégio. Mas pera aí, o show é só às 21h. Quer dizer que eu vou ficar quatro horas em pé no meio de um chão todo embarrado? Sim. Por que? Porque é o Metallica.

20h. A banda Hybria subiu ao palco, músicos excelentes, mas som complexo e elaborado demais para minha cabeça e meu corpo que já estavam começando a sentir o desgaste do dia e da espera, mesmo assim um bom som, que ajudou a passar o tempo.

21h e15 min. As luzes se apagam, as musicas que ficam tocando para nos distrair param, a fumaça começa a sair do palco. Sim chegou a hora, era o momento que aguardei desde que eu tenho 13 anos, eles vão subir ao palco, é agor... “A HÁ! PEGADINHA DO MALANDRO”. As luzes se acendem de novo, volta a música ambiente, todos se olham um pouco irritados, mas não desapontados, porque sabemos o que nos espera a qualquer momento. O Metallica.

21h e 45min. Luzes se apagam novamente, cenas de O Bom, o Mau e o Feio começam a rodar no telão, o playback “The Ecstasy Of Gold” (composta por Ennio Morricone) começa a tocar. Qualquer fã de Metallica sabe o que significa a execução dessa música. They are coming!!
E vieram mesmo! Na primeira musica, “Creeping Death”, a morte literalmente veio do chão, ao primeiro riff da guitarra de James Hetfield eu voei uns 5 metros para o lado e fui esmagado por umas 200 pessoas. Não eram as pragas do Egito de que trata a música, era o poder do som da banda, mais rápido e pesado do que nunca.

O repertorio muito bem montado passando por todas as fazes da banda. Às primeiras notas de “Fade to Black” confesso que me arrepiei, e ao final da música segurei o choro, coisa que muitos na minha volta não conseguiram fazer. Tinha uma guria de 16 anos ao meu lado que chorou, assim como um velho de 40 que estava à minha frente. Todos aqueles que me empurraram e esmagaram agora choravam juntos. É o poder da música, é o poder do Metallica.

Ao final da execução da musica “That Was Just Your Life”, a frase proferida por James que me fez pensar e entender o que estava acontecendo. “Porto Alegre! This is your life!”. Exatamente. Lembro do primeiro solo de guitarra que aprendi, “Fade to Black”, faz muito tempo. Lembro do disco que mudou minha concepção sobre música, Master of Puppets. Lembro de quando ficava imaginando o dia em que poderia finalmente vê-los ao vivo. Era agora, estava realmente acontecendo.

Por fim todos deram um ultimo gás para gritar Seek & Destroy e encerrar da melhor maneira possível, com o peso que só essa banda sabe fazer.

Depois vieram os discursos, o português enrolado de cada um dos integrantes, e a promessa feita pelo baterista Lars Ulrich : “Não demoraremos outros 11 anos para retornar para cá”.
A família Metallica, como eles mesmos nos chamaram, estará esperando.

Agora são mais de quatro horas de viagem, num ônibus bem abaixo do que pode ser considerado decente para viajar. Meus tênis foram pro lixo por causa do barro, minha camiseta tem o suor de 200 pessoas, meu corpo está destruído e sem receber alimentação há umas nove horas. Mas nada importa. Por que?

Sim, isso mesmo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

...and nothing else matters!



Vou começar dizendo que esta será a postagem mais parcial da história desse blog. Não tem como não ser. O dia 28 de janeiro, para mim, não é ainda tangível. Como disse Bruno Siqueira, o novo colaborador do blog, tirando da letra de Fade to Black, do próprio Metallica, "Ontem parece que nunca existiu". Parece um sonho. Eu vi Metallica ao vivo, e foi o espetáculo mais incrível que eu já vi.

Ressalvas à organização na hora da entrada e à falta de atenção com o lamaçal que virou o local do show, mas isso foi o de menos. Numa escala de importância de tudo que aconteceu dia 28, essas foram as menores. Mas falemos da maior, o show. Eu não consigo apenas colocar aqui a set-list, então terei de passar minhas impressões.

Como de praxe (e por sorte), o show começou com a intro e as cenas de O Bom, o Mau e o Feio, filme de faroeste dirigido por Sergio Leone com Clint Eastwood no elenco. A gigantesca platéia enlouqueceu completamente quando as luzes baixaram e a introdução começou, logo depois sendo complementada com o riff inicial de Creeping Death. Destruidor. Deu pra ver que eles capricharam na produção logo de cara, e doce para os olhos foi o que não faltou no ato de James e companhia.

E o Metallica estava se sentindo nostálgico. Após Creeping Death, James saudou "Porrrrto Alegrueêê!" e Kirk Hammett tomou a frente para tocar mais duas músicas do álbum Ride the Lightning, as ótimas For Whom the Bell Tolls e a homônima ao disco, Ride the Lightning.

Lars ergueu os braços à platéia, todos foram a loucura, James disse que curtiríamos a próxima, e ele tinha razão. The Memory Remains. E, apesar de ser ótima música, ficou apagada pela obra que a sucedeu. Fade to Black. Falar de Metallica e não falar de Fade to Black é impossível. Aí sim, a platéia surtou. Mais de um marmanjo chorou ao ouvir os primeiros acordes. Todos silenciaram por minutos, em reverência. Essa, todos queriam lembrar.

E não dava para esquecer o novo disco, é claro. Por sinal, um espetacular disco, que com certeza já é um dos favoritos de um grande número dos fãs. A banda tocou três seguidas: That Was Just Your Life, The End of the Line e The Day that Never Comes. E eles mostraram que estavam entendendo o que a platéia queria ouvir. James disse que tinha escutado que os brasileiros gostavam de música pesada. E perguntou: "Do you want heavy?". Bem, obviamente, berramos que sim. E pra quê? Logo o riff foi caprichado, e... "é triste, mas é verdade". Sad But True!

Mas depois que tocaram Cyanide, a quarta e última do Death Magnetic, eles capricharam. E tocaram apenas as clássicas. Uma fita com o áudio de ataques durante uma guerra tocou antes de One, e um show pirotécnico roubou a cena, sem a banda no palco. Assim que acabou, James apareceu no topo do palco iniciando a série de cinco músicas das mais memoráveis da banda.

Após One, Master of Puppets. Provavelmente, a mais comemorada pela platéia. Headbangers comemoraram, braços voaram ao alto fazendo o sinal característico dos fãs de metal, e James cantou Master, seguida de Battery. Depois da rápida e intensa Battery, uma das mais conhecidas: Nothing Else Matters.

Mais uma leva de fãs chorando, extasiados. E, para matar com tudo, Enter Sandman. Aí, não teve quem não cantasse com a banda. E se trinta mil vozes não fossem o suficiente para mostrar que o show tinha sido demais, as três músicas do bis já deixariam bem claro. Primeiro, um cover. Die, Die, My Darling. Em seguida, duas do primeiro álbum. Do álbum que começou com tudo, e o álbum que terminava com o show que ninguém tirará da cabeça: Phantom Lord e Seek & Destroy. Imperdível.

Mas daí já era o fim. Ninguém mais teria garganta depois de Seek & Destroy. Ninguém mais teria ouvidos. Adrenalina era a única coisa que sobrava. E o Metallica havia demonstrado, claramente, em 28 de janeiro de 2010, como se fazia um show.

Eu vi Metallica. Quem não viu, perdeu. E não sabe o quanto.

Open mind for a different view



11 anos, é tempo, tempo suficiente para fazer qualquer chorar no reencontro, jovens, idosos, malucos e afins. O cenário era dos grandes festivais americanos e europeus, isso mesmo, para os que reclamaram, é exatamente assim no Rock am Ring ou no Big Day Out. Barro, suor, lágrimas e muitos gritos: é a volta do Metallica ao Brasil.

Não tenho dúvidas em afirmar que é um dos maiores shows da terra atualmente, mesmo para quem não gosta, apenas pela estrutura e pelo afinco do integrantes que é perceptível. Mas não vim aqui para falar do show, ou das músicas que foram tocadas, vou deixar isso para o Roberto Zambonato, que por vezes sumia em meio à multidão em músicas como Master of Puppets, mas já adianto que o Set List foi surpreendente.

Não venho por meio deste falar musicalmente, mas sim porque o Metallica é uma banda diferente. Alguns falam que é Heavy Metal outros Trash Metal ou apenas Metal, eu não rotulo assim, para mim é apenas Metallica. James é o Messias e a banda são os apóstolos, os seguidores são os quase 30 mil que lotaram o Parque Condor.

Messias não por divindade, mas por ter o poder de criar seguidores, a presença de palco do senhor Hetfield é incrivel, o que ele dizia o público repetia. O famoso " OH YEAH!" foi gritado por garotas frágeis, caras grandes, lésbicas, cabeludos, pessoas normais, malucos, estudantes, desempregados, desocupados, metaleiros, trabalhadores, bêbados, todos. O que esse povo heterogêneo tem em comum foi respondido após James perguntar em um "portunhol" bem enrolado: "Estan comigo?". O parque ecou: yeeeeeeeeeeeeahh.

Cada um se emocionou de uma forma, eu particularmente fiquei totalmente extasiado quando "One" foi tocada, e cheguei ao extremo de perder a voz em Seek and Destroy. Naquela hora todos abriram a mente para uma visão diferente, sem se importar com o resto, sem preconceitos ou visão pré-determinadas. Mas o fato que ao olhar para o lado e ver malucos, ou não, naquelas incríveis duas horas éramos todos um só: o exército gaúcho do METALLICA.


Meus registros:






Farroupilha 2010 estreia amanhã


Quem nasce em Pelotas pode ser rubro-negro ou áureo-cerúleo, Inter ou Grêmio. No entanto, a verdade é que o Farroupilha é o mais querido por todos. É simpático. Nem mesmo vitórias importantes, diante de Brasil e Pelotas, impediram que torcedores da dupla pelotense deixassem de simpatizar com o Fantasma.

O fato é que nos últimos anos o tricolor vem exagerando. Fazendo feio. Pagando mico. Em 2009, não passou nem mesmo da primeira fase, pior, ficou em último colocado em um grupo de oito equipes, sendo duas delas Flamengo de Alegrete e 14 de Julho. Aí é demais...

Para 2010 o Fantasma adotou uma nova filosofia. Ou seja, decidir inovar. Deixou de lado figurinhas já conhecidas do cenário gaúcho e trouxe jovens. Jovens incógnitas. Se alguém conhece o futebol de William Gaúcho, Jarbas e Kike, esse alguém é o técnico Tadeu Xavier.

No primeiro teste "forte", o que significa um amistoso, a equipe não saiu do zero diante de um combinado de Cerrito e Pedro Osório. Amanhã o time entra em campo, fazendo sua estreia na Segundona diante do Guarany de Bagé. Entre os jogadores do adversário, Goico, Bicudo e Élton Corrêa, jogadores experientes e conhecidos. Élton, aliás, que passou pelo tricolor. Será o teste para responder: Valeu apena inovar?

Foto: Carlos Insaurriaga

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A história de um ilustre desconhecido: Manuel


Manuel é um cara como todos os outros. Não é português, mas pela quantidade de piadas feitas para ele, bem que poderia ser. Manuel é muito conhecido, pelas piadas que recebe, mas também pelo seu futebol. Enfim, Manuel é conhecido, mas não pelo nome e sim pelo apelido: Obina.

Obina todos conhecem e dispensa maiores apresentações. É um atacante, daqueles que preferem ficar cravados dentro da área, até por ser pesado (1,83m e 92kg). Não é um craque e está muito longe, bem longe mesmo, disso. No entanto, seu futebol comum, razoável, não é tratado como de outros jogadores com suas características e nível semelhante: Souza (Corinthians), Finazzi, Enílton, Somália.


A carreira deste personagem teve início profissionalmente no Vitória. Foi emprestado duas vezes até se firmar no clube baiano. Jovem e goleador (artilheiro do Campeonato Baiano e autor de cinco gols na Copa do Brasil em 2004), chamou a atenção do Al-Ittihad. Sua passagem na Arábia Saudita foi apagada, mas não apagou da lembrança dos clubes brasileiros seus gols. O Flamengo se interessou pelo atacante e resolveu contratá-lo.


Conheceu o lado positivo de uma passagem por um grande clube e de maior torcida no País. Fez gols decisivos, importantes e ganhou o canto "Obina é melhor que Eto'o". Mas apesar de seu poder de decisão sempre foi tratado como um jogador folclórico. Mas em 2009 os torcedores rubro-negros perderam a paciência, a música perdeu a graça e o atacante deixou o clube sem marcar um único gol.

Daí migrou para o Palmeiras e teve uma passagem com bons momentos. Foi autor de três gols na vitória sobre o Corinthians, todos gols da partida dele. No entanto, o baiano perdeu a paciência na partida contra o Grêmio e brigou com o companheiro Maurício - para todo Brasil ver. Era o fim de mais um ciclo.

Finda-se um ciclo, um novo recomeça. E em 2010, Obina jogará pelo Atlético Mineiro. Se for tratado com respeito, como um jogador qualquer, a passagem poderá ser proveitosa para o baiano. Fica a torcida por este baiano. Ah, e se possível, seu Manuel, aja como um mineirinho nos momentos conturbados.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Brasil exportador e acolhedor





No post abaixo você pode acompanhar que Robinho pode estar voltando ao país, e mais importante frisar: ao seu clube formador o Santos. Repatriar jogadores era uma prática rara anos atrás, mas hoje é uma tendência. Mas o por que disso estar acontecendo?

Ronaldo, Marcelinho Paraíba, Miranda, Douglas, Nilmar, Edu, Eduardo Costa, Daniel Carvalho, Vagner Love, todos esses jogadores voltaram ao país, já não se sentiam bem. Língua estranha, costumes totalmente esdrúxulos - no caso das Árabias da vida - , comida de procedencia estranha, sem contar a necessidade de voltar para marcar no caso dos atacante, afinal goleador não precisa marcar. Na Europa precisa.

Casos como de Raí, Falcão, Fernandão são raros, afinal são jogadores instruídos, formados, mas o caso do irreverente Viola - 41 anos jogando pelo Brusque-Sc - é classico; contratado pelo Valencia da Espanha o atacante "repunou", não conseguia se socializar tampouco comer.

É mais fácil jogar no Brasil? Não. Pois há equipes na Itália, Espanha e Alemanha que seriam rebaixados da séria A2 do Paulistão. Tirando as Copas da UEFA, não há grande grandes competições nacionais, pois sempre se polariza entre dois ou três times.

O fato é: os times da Europa estão com muito, mas muito dinheiro, e contratam a "moda bicho". Se der certo ótimo, se não devolvemos ou repassamos. E assim é, o caso do volante Edinho ex-Inter e recentemente contratado pelo Palmeiras é um bom exemplo. Foi contratado pelo nome, já que é campeão da Libertadores, Mundial e da Sul-Americana. Deu suas caneladas na Itália e voltou. Aqui ele pode fazer piadas, comer feijão e claro dar caneladas.

Gostaria de dizer que os jogadores estão voltando porque o futebol do Brasil está se fortalecendo, mas não é o caso. Ter Adriano Imperador em gramados canarinhos não significa que o Brasil está com tudo, mas que exportamos tanto que eles nem querem todos, e é claro, depois de mandar nossas jovens promessas ao mercado estrangeiro, acolhemos eles dizendo que é uma grande contratação. Eu proponho uma nova solução. Não vender, é menos trabalhoso.

Robinho voltando ao Brasil


Robinho está voltando para a terrinha. O provável destino é o Santos, e tudo já parece estar de acordo com o desejado pelo clube detentor de seus direitos, o Manchester City, da Inglaterra.

Agora o problema: Robinho volta porque não está jogando nada. E antes que venham com "jogador importante para a seleção", duvido que Nilmar não faria uma diferença muito maior que ele.

Em 2008 poderia ser verdade, realmente Robinho atuou bem na seleção. Isso foi até o começo da sua jornada inglesa. Mas acabou. Em 2009, não entrou em campo.

Críticos virão. Pessoas que discordam da minha opinião também. Mas continuo achando que o Robinho é apenas mídia. No futebol brasileiro, fraco e muitas vezes até despreparado, Robinho pode fazer diferença. Se vier com a cabeça focada em jogar a vida, talvez faça a diferença.

Do contrário, não. Será anulado pelos zagueiros brasileiros assim como foi anulado cruelmente pelos zagueiros ingleses. Mesmo os da segunda divisão. Robinho pode correr, pedalar e fazer o que quiser, seu futebol sem objetividade o transforma em um mero guri aos 26 anos.
Agora, justiça seja feita: Robinho tem habilidade. Mas será que vai ser o suficiente? Eu acho que não.
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CURTINHAS

* Salvador Cabañas foi baleado na cabeça no México, quando na boate com a esposa. Corre risco de vida e já passou por cirurgia fracassada para remoção da bala. O República fará uma cobertura melhor assim que o caso for resolvido. Desejamos toda sorte do mundo para o paraguaio marrento.

* Kléber Pereira, atualmente sem clube, irá para Fluminense ou Internacional. Que fique no tricolor carioca, porque no futebol gaúcho, nem pintado de ouro!

* Ronaldinho perdeu pênalti e viu seu Milan ser derrotado pela Inter, prejudicando suas chances nas próximas convocações da Seleção.

* No Jogo Contra Pobreza, de Zidane e Ronaldo (que não participou), que teve a renda revertida para o Haiti, Zizou deu show particular e mostrou porque afundou com o Brasil em 98: porque tem futebol de sobra.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Eu digo não à banalização!


Ultimamente, o que mais se vê é a palavra "craque". Em seguida, vem o termo "clássico". Cada vez mais, utilizamos estes dois termos, para falar sobre qualquer jogador bom e qualquer confronto entre dois times tradicionais.

Por que isso? Não é porque, eventualmente, em sua história centenária, o Grêmio enfrentou o Corinthians numa final de Copa do Brasil que qualquer jogo entre os dois clube será um clássico brasileiro! O mesmo vale para Inter e Vasco. Enfrentaram-se numa final de campeonato brasileiro, mas ninguém diz "ah, um grande clássico, não tem como perder" sempre que as equipes enfrentam-se.

Embora grande parte ache isso, a imprensa continua criando dérbis onde antes existia até simpatia e craques para todo e qualquer time. Eu, eventualmente, farei parte desta imprensa, talvez esportiva, talvez não, mas tentarei ao máximo evitar esta banalização, não importa sob qual circunstância.

E os craques? O técnico do selecionado brasileiro, Dunga, uma vez disse: "craque que é craque decide 7 jogos em 10". Tomemos como exemplo Carlos Alberto, do Vasco, já citado nos clássicos, e que subiu recentemente para a Série A. Tem futebol, todos sabemos. Sente-se confortável com a bola. É craque? Não. Não é tão essencial nem nunca foi quanto o esperado de um craque para o time em que joga. Diferenciado, pode até ser, mas daí não é tão difícil achar. Agora, craque... craque é outro nível.

Um jogador, para estar no mesmo patamar de famosos grandes craques históricos, tem que ter um "quê" a mais. Ou alguém colocaria Carlos Alberto ao lado de jogadores como Falcão, Zidane, Zico? E, recentemente, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho?

Por isso eu digo: já chega de banalização! Já chega! Eu não quero ver clássicos a todo momento. Nem todo jogo da primeira divisão precisa ser um dérbi! Até temos clássicos brasileiros, é claro... como Grêmio x Palmeiras ou Inter x Cruzeiro... mas o que dá gosto mesmo são os regionais. GreNal! Atletiba! Palmeiras e Corinthians, Guarani e Ponte Preta, Cruzeiro e Atlético, BaVi!

E já chega de craques! Eu não quero que a cada dois anos apareça um novo Pelé no Santos. Eu não quero que chamem um jogador bom, mas completamente sem importância para a história de um clube de craque. Eu quero ver é um maestro detentor de todas jogadas, gols e brilhantes atuações, decidindo jogos a torto e a direito, e, depois de certo tempo dedicado a fazer seu nome, todos apontemos para ele, e, com a boca cheia, possamos falar:

"Esse é craque. Craque."

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Seis dias e algumas horas!

Isso. Seis dias para o show do Metallica, em Porto Alegre, a ser realizado no Parque Condor. Depois de mudança de local, anúncio de possível cancelamento, publicação de uma quantia absurda de supostas set-lists para o show... estamos chegando lá.

Enquanto grande parte do tempo que a equipe dedica ao República Opinativa é para fazer um jornalismo de qualidade, principalmente (e põe principalmente nisso) esportivo, não posso deixar de dizer que este é um post dos mais pessoais.

Eu e meu caro amigo Elias Surita estaremos lá, com certeza. Ingresso em mãos! E agora é presenciar o show que sempre quisemos assistir, mas não vinha há anos.

A set-list oficial não será publicada, provavelmente, antes do show. É até melhor. Set-list antes de show é como contar o final de um filme para alguma pessoa que pretende assisti-lo. Tira toda a graça.

Quero é ver o show da minha vida.

Se da próxima vez que o Metallica voltar eu não puder ir, vai ser triste. Mas esse show, do dia 28 de janeiro, eu não perderia por nada.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Um giro pelo Gauchão

Mais um campeonato Gaúcho se inicia, olhos voltados pra a Dupla Gre-Nal claro, ambos com novidades, o Grêmio com o elenco novo cheio de ex-são-paulinos e o Inter inovando ao utilizar a equipe B no início do certame.

Mas não vem de Porto Alegre as maiores surpresas: O Juventude, em declínio, não é mais um time a ser batido, mas hoje sim é apenas mais um do interior, perdeu para o Pelotas em casa. Pelotas que montou uma boa base, começou a treinar cedo mas preocupava na defesa, não preocupa mais, com a estrela Maurinho o habilidoso e promissor Pedro e com o experiente Tiago Prado o Lobão começa a ter contorno de um time completo e certamente incomodará no campeonato.

Destaque também para o São Luiz de Ijuí, do técnico Beto Campos, que começou sua pré-temporada em novembro e conta também com ótimos jogadores, como o lateral esquerdo ex-Pelotas Xaro. O Novo Hamburgo apesar de ser o time que mais investiu está tendo algumas dificuldades de entrosamento, mas com o plantel que tem naturalmente é candidato à vaga nas quartas.

Hoje tem Grêmio e Caxias, o tricolor não deve encontrar a mesma dificuldade para passar sobre o time da serra que contra o Pelotas, porém ainda não encontrou seu melhor estilo de jogo ofensivo, clamando por um centro-avante, então alguém sobraria, Hugo, Borges ou Leandro, mas isso é assunto do ótimo técnico Silas.

O colorado se arrisca a entrar na Libertadores sem ritmo de jogo, mas enquanto isso a garotada
campeã da Copa Arthur Dallegrave faz bonito no Campeonto Gaúcho, mantendo o 100% e dando
mais tempo para Fossati trabalhar com o grupo principal.

Mesmo que a Dupla polarize o campeonato, é inegável que as equipes do interior estão reforçadas, transformando o campeonato realmente interessante. Ou alguém arrisca quem será o campeão do Interior?

Esperamos que o Gauchão evolua e não seja mais alvos de piadas como: " O campeonato holandês é um gauchão de ano inteiro" ou " O campeonato espanhol é o melhor gauchão do mundo".

Maxi Lopez e a necessidade européia


Quem acompanhou os jornais gaúchos durante o início da temporada 2010 sabe da novela Maxi Lopez. O atacante argentino, que jogou no Grêmio em 2009, quebrou o pré-contrato estabelecido com o clube gaúcho para assinar com algum time da Europa.

Para garantir sua parte do acordo, o Grêmio pagou 1,5 milhão de euros, comprando 50% dos direitos econômicos do atacante. Mesmo assim, Maxi não se apresentou ao clube detentor dos seus direitos, o FC Moscou, e foi direto para a Itália, onde assinou com o Catania.

Informada por telegrama, dia 4 de janeiro, que Maxi não jogaria mais no RS, a diretoria tricolor movimentou-se, procurando punir judicialmente o argentino e o clube que o contratasse, recorrendo inclusive à Fifa para tentar reaver seu dinheiro e exercer seus direitos.

Mesmo que neste caso o culpado exclusivo pela lambança tenha sido Maxi Lopez, não podemos parar para pensar que a falta de acerto passa também pela política do Grêmio de emprestar jogadores. Apenas recentemente a diretoria do clube começa a assinar contratos de longa duração. A dificuldade do Grêmio de manter um time consistente a cada temporada reflete as péssimas administrações que transformaram dois ou três negócios difíceis em um condomínio de credores.

O atacante argentino quebrou o seu pré-contrato e foi irresponsável quanto aos documentos em que assinou seu próprio nome. Mas, como um jogador de 25 anos, queria buscar seu espaço onde todos querem, o cenário europeu. Com condições, salários e competições de altíssimo nível. Além disso, aparentemente sofria pressão da esposa, Wanda Nara, que desejava voltar ao velho mundo.

No fim das contas, quem paga o pato é a diretoria, que não foi incompetente neste caso, e agora busca prejudicar a empreitada de Maxi na Itália.
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Curtinhas:

* Leandro Damião foi um dos jogadores do time B promovidos ao Inter A. Vai jogar a Libertadores. Pelo que mostrou nos dois primeiros jogos do Gauchão, é centroavante eficiente. Promete.

* Douglas, ex-Corinthians, está próximo do Olímpico. Boa iniciativa da direção, que busca formar elenco, coisa que há tempos o Grêmio não tem.

* O Pelotas, pelo Gauchão, mostrou o que aqueles que acompanham de perto já sabem: o time é forte e não vai desistir fácil de uma vaga no mata-mata.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Um passeio por Caxias


Mais uma vez o Pelotas fez um ótimo primeiro tempo. Foi organizado, muito forte ofensivamente e teve competência nas finalizações. O resultado foi um 2 a 0 justo, merecido, indiscutível. A diferença no segundo tempo, em relação ao jogo diante do Grêmio, foi o adversário e o fato de estar vacinado de viradas como a de 3 a 2. O resultado final de hoje foi um 3 a 1 para o Lobão.

O jogo do Alfredo Jaconi demonstrou um áureo-cerúleo de qualidade. Como todos que já acompanham a equipe sabem, o Pelotas é forte, principalmente ofensivamente. E quando essa equipe resolve ir para cima do adversário, é complicado segurar. O Juventude não teve competência para isso e foi dominado, por 45 minutos, pelo time visitante. Maurinho fez sua estreia como titular, mas o destaque da sua equipe foi Jonatas, o goleiro. Mesmo dominando o primeiro tempo, mais uma vez o azul e ouro mostrou problemas defensivos e se livrou do pior em virtude de mais uma grande atuação do camisa 1.

Os gols do Pelotas vieram naturalmente. Tiago Prado, que fez sua estreia no clube, abriu o marcador, além de tornar a zaga um pouco mais compacta. O habilidoso, técnico e inteligente Maicon Sapucaia fez o segundo, após finalização de longa distância maravilhosa.

Mas o segundo tempo foi de predomínio verde e branco. Teve muito mais domínio de bola, mas evidenciou todas suas limitações. Elas preocupam. E muito. O Pelotas, porém, não tem nada com isso. E jogou para ganhar o jogo. Não pensou em ampliar o placar, mas manter a diferença razoável de dois gols. Sem querer querendo ampliou o placar com Pedro, um excelente jogador que entrou na segunda etapa. Será titular. De pé direito, a menos boa, ele tirou do goleiro. O Juventude, apesar da enorme fragilidade e desorganização descontou, mas não adiantou absolutamente nada.

O Pelotas segue mostrando ter força e condições de ir longe. Precisa, entretanto, tomar alguma providência para o sistema defensivo, ainda falho demais. O Juventude, se possível, terá que mudar muita coisa, quase tudo. Ou Caxias, além dos pavilhões da Festa da Uva, ganhará mais um ponto turístico ideal para passear.

Libertadores: Boca e River

O normal ultimamente é comemorar que Boca Juniors e River Plate, dois dos times mais tradicionais da Argentina, estarão fora da Libertadores da América de 2010.

Por que comemorar? Bom, entendo que sejam times a ser temidos. Ambos são conhecidos por complicar a vida de qualquer adversário. Principalmente no caso do Boca. Los bosteros são hexa-campeões da Libertadores, atrás apenas do Independiente, que possui 7.

Outro detalhe que apavora os brasileiros que disputam a copa este ano é a força do Boca nos anos 2000. Desde 2000, foi quatro vezes campeão da América (00, 01, 03 e 07).

Mas o que, realmente, há para comemorar, além daquilo que o medo motiva? Nada. Boca Juniors e River Plate estão indo de mal a pior, como, para todos os efeitos, o futebol argentino em geral. E, em vez de se preocupar com a força que o Estudiantes de La Plata demonstra ter, grande parte das torcidas dos times brasileiros que disputarão essa Libertadores agradece ao fato de Boca e River terem ficado de fora.

Recentemente, o presidente do River, Daniel Passarella, afirmou que, nos cofres do clube, havia o equivalente a 20 mil reais. A que ponto chega um time para o presidente ter de falar isto publicamente? E, lá para os lados de La Bombonera, o Boca Jrs teve de renovar todos os contratos com os jogadores pagando salários muito inferiores ao usual.

Não há nada para celebrar na dificuldade pela que passam os dois clubes e o futebol argentino. No nível que anda, teremos, futuramente, milhões de argentinos órfãos de títulos importantes, e, ignorando a competição velada entre Brasil e Argentina, eles não merecem. O país que nos deu Kempes, Di Stéfano, Maradona, Messi e Verón, um país apaixonado por futebol como apenas os hermanos podem ser, não merece.

E continuamos comemorando, sem pensar na intensidade do problema... ou alguém aqui quer mesmo que River feche as portas? Eu sei que eu não perco por nada um Superclássico.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Novo Recomeço

*escrito por Bruno Siqueira

Faz nove temporadas que a cada inicio de ano é um recomeço para o Grêmio. Montar um time capaz de acabar com essa espera por títulos que a torcida vive há tantos anos.

A estréia no Gauchão contra o Pelotas marcou mais um desses recomeços para o time de Porto Alegre, e, dados os devidos descontos, o time superou o desentrosamento para conseguir uma virada a moda os melhores tempos do Grêmio, saindo de um placar adverso de 0x2 fora de casa, conseguindo vencer a retranca do Pelotas e sair com a vitória por 3x2.

O Jogo


O jogo começou aberto, Pelotas acreditando e o Grêmio tentando atacar. A equipe local parecia mais organizada enquanto o time do técnico Silas tentava se encontrar em campo. Com o desenrolar do jogo o Pelotas percebeu por onde deveria jogar, em cima do Fabio Santos pelo lado esquerdo da zaga do Grêmio que estava bem perdida. E foi por ali mesmo que saiu o primeiro gol....e o segundo também. No primeiro uma bola lançada por cima do lateral do Grêmio, ela escapa de Sotilli que não domina, mas sobra para Thiago Duarte que faz. 1x0 Lobo. 2 minutos depois Thiago Duarte retribui a gentileza, recebe na direita e cruza pra Sotilli entrar com bola e o lateral gremista Henrique pra dentro do gol. 2x0 Pelotas, explosão na Boca do Lobo. O Grêmio até acordou depois do gol, teve algumas chances no final do primeiro tempo, mas nada de muito perigoso.

No segundo tempo o Grêmio voltou diferente, Silas tirou o menino Henrique, colocou Jonas e alterou o esquema para 3-5-2. Deu certo. O Grêmio voltou melhor, mesmo com Pelotas só na retranca esperando os contra-ataques o Grêmio criava e ameaçava mais. A pressão deu resultado, Leandro foi derrubado na área, pênalti. Jonas, que durante a semana foi cotado para deixar o clube por se desentender com a direção, pediu pra bater enquanto a torcida gritava “Souza” e não decepcionou. 2x1.

Grêmio de volta e Pelotas se perdendo em campo, jogadores perdendo a cabeça. Dick recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Borges que tinha perdido várias chances recebeu de costas na área, dominou girando e bateu. Belo gol, 2x2. O que era muito provável virou óbvio depois do empate, não era possível para o Pelotas segurar o Grêmio. Não muito tempo depois do empate Hugo chutou cruzado e Maylson apareceu pra completar, virada gremista, explosão do lado tricolor e decepção do lado áureo-cerúleo. No fim o Grêmio ainda teve algumas chances, mas quem assustou mesmo foi o Pelotas com uma falta cobrada por Maicon Sapucaia e defendida pelo goleiro Victor.

Foi uma bela tarde, e um jogo tão quente quanto o sol que torrava a cabeça de praticamente todos torcedores que foram ver o jogo. Mas a nota triste fica por conta do péssimo tratamento dado a torcida do Grêmio.

O Pelotas se mostrou sem estrutura nenhuma para receber uma torcida e um time do tamanho do Grêmio. É inadmissível que um torcedor pague 30 reais por um ingresso para passar por uma situação parecida com a que passou a torcida do Grêmio. Uma desorganização tremenda, filas que não eram filas, um portão para passar 6 mil pessoas, torcedores que não conseguiram entrar, não tinha água pra vender (depois parece que alguns torcedores conseguiram água). É por isso que não se vai a estádios aqui no Brasil, porque o torcedor, me desculpe a grosseria, paga pra sentar na pedra e mijar na parede.

O que fica de bom da tarde de ontem é a torcida do Pelotas novamente enchendo o estádio e o time do Pelotas, que parece ser um time capaz de competir com os outros times do interior. Para o Grêmio resta a esperança de que esse ano vai ser o ano, que esse ano vai ser diferente dos últimos nove, que esse ano os torcedores vão poder comemorar algum título expressivo, como foi em 2001, curiosamente a ultima vez que o Grêmio enfrentou o Pelotas.


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*Bruno Siqueira acompanha futebol apaixonadamente, cursa Direito e foi convidado pela equipe do República para comentar o jogo entre Grêmio e Pelotas, indo assistir o jogo no estádio da Boca do Lobo, apresentando uma visão de fora do mundo em que os blogueiros usuais do República estão acostumados a presenciar.

Começou a peleia

Sábado marcou o início do Gauchão. O mais interessante, entretanto, veio um dia depois. Para os pelotenses, a volta do Pelotas, para os gaúchos em geral, a estreia de Grêmio e Inter. E os felizardos do dia foram os eternos rivais. Por um pequeno detalhe: 45 minutos.

Na Boca do Lobo o clima era de festa, não poderia ser diferente. Com o início da partida a tensão ganhou espaço. Mas um gol logo aos dois minutos, convertido por Sandro Sotilli, deu impressão que a volta áureo-cerúlea poderia ser triunfal. O jogo era aberto e o vencedor, até aquele momento, viria da equipe com maior competência no último passe.

Essa equipe foi o Pelotas. Aos trinta minutos Sotilli coloca Tiago Duarte em boas condições de finalizar e o camisa 7 converte. Explosão de alegria. Bobinas, bandeiras, gritos, fumaça. Para retribuir, dois minutos depois os papeis se inverteram. Parecia normal: 2 a 0 Pelotas. Gol de Sotilli. Explosão de alegria. Bobinas, bandeiras, gritos, fumaça.

A fumaça nas cores azul e amarelo pareciam uma neblina, daquelas que nos impede enxergar abismos. Após um primeiro tempo equilibado, em que o Pelotas deu um "show de competência" (comentário oportuno de Elias Surita na TV UCPel), o Lobo ia para o intervalo com dois tentos de vantagem.

O segundo tempo comprovou teorias, fatos e argumentos. O Grêmio voltou para os últimos 45 minutos como terminou o primeiro: pressionando. Mas agora com maior poder ofensivo. Henrique, um jogador que não deverá se firmar no tricolor, pelo menos como lateral, deixou o campo no intervalo. Jonas foi o substituto, mas na prática, na função de Henrique entrou Leandro, antes utilizado com meia.

Silas foi inteligente. A mudança foi precisa. O Grêmio assustava. E aos 7 minutos o tricolor teve um pênalti. Jonas cobrou no canto e nesse momento a vitória estava ameaçada. Aos 21 Dick foi expulso e ficou impossível segurar. Foi normal ver o Grêmio empatar aos 35 com Borges e virar, aos 38, com Maylson. A torcida áureo-cerúlea não se calou, mas diminui a intensidade da festa. A fumaça se foi e ficou notável aquele abismo antes citado.

Grêmio e Inter são muito superiores aos times do interior. Na teoria, sim, mas o Grêmio colocou isso em prática. Quanto ao Internacional, goleada de 4 a 2, mesmo com o time B, sobre o Ypiranga. Fica a expectativa de descobrir quem será o campeão: Grêmio ou Inter?

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O caso Ramon

Ramon foi uma das estrelas na campanha do Vasco da Gama que subiu à Série A. O lateral-esquerdo, formado nas categorias de base do Internacional, emprestado pelo clube gaúcho ao carioca, ganhou status de ídolo em São Januário, com boas atuações na Série B.

Recentemente, voltando ao Rio Grande do Sul, Ramon envolveu-se em uma polêmica devido ao acerto de sua renovação contratual. Entenda: o Inter desejava renovar o vínculo que dura até 2011, sem maiores mudanças, enquanto Ramon insistia em obter 20% do seu próprio passe e um salário aumentado consideravelmente.

O clube não concordou, e Ramon continuava afirmando que desejava voltar ao Rio e que não assinaria se não fosse do jeito que ele escolhera. E então o Inter resolveu da sua maneira: Ramon ficará encostado, treinando em separado, até assinar a renovação ou o fim do seu contrato.

Agora, o lateral-esquerdo já mostra que talvez decida renovar como deseja o Internacional, afirmando àqueles que o procuram que "jogador quer jogar, não ficar parado e recebendo". Verdade. Não fosse assim, não seria tão alto o número de jogadores que, devido à falta de oportunidades em um time, mesmo com salário alto, deseja voltar para seu país de origem ou clube anterior, para jogar.

Mas Ramon engana-se ao pensar que merece tanto. Muitos defendem o jogador, já eu defenderei o clube: lembram-se de Ronaldinho? Ao não ser vendido, o craque gremista esperou o fim do contrato e saiu sem dar um centavo ao Grêmio. Até hoje é chamado de "traíra" e similares por muitos torcedores do tricolor. O Inter, nesse caso, cuida apenas do seu interesse; o de impedir que um jogador com um mercado em ascensão saia de graça. Além disso, por que o colorado deveria aceitar todas exigências do lateral? Ele nunca fez por merecer no Beira-Rio, não rendendo o suficiente em suas várias chances, tanto que foi emprestado ao Vasco para a disputa da Série B.

O número de jogadores com salários altíssimos contagia muitos outros, que buscam atingir os mesmos patamares. Sejamos justos, Ramon acha que merece. Fez, realmente, um bom campeonato pelo Vasco, e quer apenas garantir o seu. Mas e o clube, como fica? Deve pagar um salário estelar para qualquer um que desejar assim na renovação? E desistir de 20%, quantia considerável, apenas porque um jogador que ainda tem que provar que tem futebol para tanto, ainda mais na Série A, e provável reserva de Kléber (se ficar, isto é), quer assim?

Não. Ramon tem que pensar bem o que ele fez até hoje na sua carreira, antes de exigir o que bem entender de um clube que tem recursos para contratar um jogador que peça menos. Ou senão, ficará encostado, sem jogar por um ano. E sem ir por empréstimo para o Vasco, como ele também queria. Afinal, sem mostrar interesse nenhum em continuar no Internacional, por que os dirigentes gaúchos deveriam pagá-lo salário de ídolo?

Vai entender...

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Elenco e Manutenção



A informação veio lendo os jornais gaúchos de hoje, e, na parte de esportes, uma informação curta que me chamou muita atenção: "Dos 25 jogadores inscritos pelo Grêmio na Libertadores de 2009, 16 deixaram o clube."

Uau. Dezesseis jogadores deixaram o clube, dos 25 que chegaram à semifinal de uma Copa Libertadores! Ou seja, 9 restam. Não é nem um time inteiro. Maxi Lopez, titular absoluto no Olímpico, foi um dos que foi embora. Douglas Costa, que seria a aposta para 2010, também. Além de Jadilson, Léo, Tcheco, e assim vai...

A dificuldade de montar um time muitas vezes é a culpada de temporadas ruins. E um time do tamanho do Grêmio perde 16 jogadores de um ano para o outro. E, por pior que tenha sido a temporada gremista, não tem como ignorar que chegou à semifinal da competição mais importante do continente.

Apenas a nível de comparação (já que tudo no futebol gaúcho vira uma comparação GreNal)... o Inter, que não disputou a Libertadores em 2009, teve um time vice-campeão do Campeonato Brasileiro (fila de 30 anos, que zica!) e perdeu os seguintes jogadores: Alan Kardec, Bolaños, Magrão, Michel Alves, Leandrão e Nilmar, do grupo principal.

Não tenho informação sobre quantos jogadores de times secundários ou da base em geral deixaram o clube, mas comparando com os elencos que disputaram as competições maiores do ano para os times, o Internacional tem uma manutenção impressionante: perdeu 6 jogadores contra 16 do Grêmio.

O time titular do Inter, mesmo, teve apenas uma modificação para o time que terminou titular ano passado, ala/lateral-direita, com Bruno Silva ou Nei para a posição. Já o do Grêmio, pelo menos Borges, Leandro, Hugo e Ferdinando entrarão no time.

Preocupa a dificuldade do Grêmio para manter um time. Como único fato para defender a diretoria, o elenco deixou a desejar no ano de 2009 e eles podem ter resolvido mudar drasticamente. Mas não é desculpa para não manter nem 11 jogadores do elenco antigo.

Agora é esperar para o Gauchão começar e ver o que vai acontecer. O Grêmio estréia contra o E. C. Pelotas, na Boca do Lobo, em Pelotas, dia 17/01, às 17h.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dica de Filme: Advogado do Diabo



Sei que muitas pessoas viram e adoram este filme.

Eu não era uma delas até dois dias atrás. Nunca havia assistido ao filme Advogado do Diabo, até que me convidaram. Vejam bem, eu não tinha nada contra o filme, não fazia idéia sobre o que era! Fui assistir de sangue doce.

Não me arrependo. O filme é ótimo. Keanu Reeves é famoso por ter o rosto com muita pouca expressão - embora eu goste dele e de seus papéis, principalmente por culpa dos filmes de Bill & Ted -, mas, enquanto isto é verdade, neste filme apenas colabora. Al Pacino, então, é um ótimo e expressivo ator. Que também combina com o seu papel no filme. E sua risada? Se o diabo ri, a risada lembra à de Al Pacino no longa-metragem.

E a história, o que tem de simples - na idéia, isto é -, tem de genial. Um advogado jovem e brilhante vai trabalhar para uma grande firma de advocacia, conhecendo um mundo novo em Nova York com um chefe tenebroso... que é o capeta. A partir desta premissa, o desenrolar não poderia ser melhor. O enredo de um filme, para mim, é essencial. E foi o que me chamou atenção quando os créditos subiram.

Indico. As atuações de todos são ótimas (Charlize Theron, Keanu Reeves, Al Pacino, Jeffrey Jones, etc...), toda a sedução e tentação envolvidos com o relacionamento do chifrudo com o personagem de Reeves, é tudo muito bom. Um ótimo filme. Se não assistiu, corra para a locadora, se já assistiu, comenta aí ;).

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

E tu, te comportaste em 2009?




Já conhecemos aquea velha máxima do Natal, quem se comportou durante o ano ganha os melhores presentes, comparando este chavão ao futebol e aplicando-0 às duplas Bra-Pel e Gre-Nal surgem algumas dúvidas.


O Pelotas se comportou muito bem, foi um bom garoto, trocou de treinador na hora certa, retornou para a primeirta divisão e no segundo semestre renuncio de jogar para arrumar a casa. Perdeu jogadores importantes é verdade, mas se reforçou muito bem, com jogadores esperiente como Gavião e Jonas e alguns surgindo os laterais Dick e Diego. Mas ainda não é o que a torcida do Lobão esperava.


O xavante teve um ano péssimo, o acidente, eliminação em todas as competições em que participou, ah o velho Noel seria bom para o índio xavante. Que nada! Um desmanche apavorante aconteceu na baixada, perdeu seus principais jogadores como João Rodrigo, Marcelo Régis e Galego, além de não contratar nenhum jogador de expressão.


O Inter teve um centenário de decepão, amargou dois vice-campeonatos e ganhou apenas o Gauchão - campeontaro cujo eu sou contra a participação da dupla Gre-Nal -, perdeu seus melhores jogadores durante a temporada e não contratou ninguem de respeito. A melhor contratação ficou com Jorge Fossati mas que ainda é uma dúvida.


O Grêmio parace que foi o mais comportado, apesar de não fazer absolutamente nada em 2009, se reforçou com grandes jogadores, como Leandro, Hugo e Borges, além do técnico revelação Silas e o super preparador físico Paulo Paixão. Mas também perdeu peças importantes como Tcheco e Douglas Costa.


Parece que 2009 as duplas não se comportaram, esperamos que em 2010 o bom velhinho seja um pouco mais generoso.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A Impunidade do Futebol



Muitas pessoas costumam chamar o Brasil de "o país da impunidade". Podem até ter razão, analisando casos específicos de péssima conduta da justiça, mas não precisam muito para provar que o futebol brasileiro, sim, é marcado pela impunidade.

Fiquei surpreso - apenas isso, sem exagerar desnecessariamente - quando descobri que Diego Souza foi absolvido da sua punição de 8 jogos no Paulistão de 2010 por ter agredido o jogador do Santos Domingos, no jogo da eliminação do Palmeiras da competição.

Vencendo nos tribunais, os advogados palmeirenses transformaram a punição em 100 cestas básicas pagas pelo clube, valor que, enquanto seria alto e caro para qualquer brasileiro, quando pagas por um clube de futebol da elite paulista, é ínfimo. E assim, Diego Souza, que havia sido expulso injustamente, mas em seguida voltou e agrediu, daí sim, Domingos, fica completamente impune.

Se fosse um caso único, seria, então, para deixar toda imprensa e sociedade abismada. Mas não é o primeiro e não será o último caso semelhante. Todos sabemos. Dentinho na Copa do Brasil - atingiu um cotovelaço no rosto de Rafael Moura e não levou punição nenhuma. E sabe o que o juiz do STJD na ocasião afirmou? "Absolvo ele não porque sou corintiano, mas porque acho que é o certo a se fazer".

Admitiu que absolvia o jogador porque era corintiano, com outras palavras, sem a menor vergonha na cara.

Não costumo alimentar a idéia de "perseguição" que torcedores de outros estados que não São Paulo dizem que sofrem. Mas também podemos lembrar do escândalo no Brasileirão de 2008 do ingresso para o show da Madonna que um juiz da última rodada do jogo do São Paulo, o campeão do ano, recebeu. E de Edilson. O árbitro de 2005 que participou de um esquema de apostas para ajeitar resultados dos jogos. E o pior: anulação de 11 jogos em favor do Corinthians, outro time de São Paulo, garantindo o título ao clube paulista com o empate diante do Internacional, com um pênalti cometido por Fábio Costa não marcado.

E ainda mais - Gavilán, o volante do Grêmio, que levou uma punição forte por ter atingido Valdívia, do Palmeiras há uns anos. E o caso D'Alessandro, meia do Internacional, desse ano, que por ameaçar um jogador do Corinthians na final da Copa do Brasil, levou dois meses de punição em todas competições.

Com essas e o novo caso Diego Souza, estou começando a dar razão para aqueles que dizem que são "perseguidos", mesmo que em um nível bem mais sutil.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Perda significativa no Brasil


O principal jogador do Xavante em 2009 deixou o clube. Galego, que era peça importante para o grupo de 2010, desligou-se do rubro-negro alegando problemas particulares.

Problema sério para o Brasil, que tinha em Galego uma referência nas jogadas ofensivas pelo flanco esquerdo e era o grande destaque da equipe com chutes fortes e precisos de longa distância. A equipe a partir de agora perde em experiência, liderança e qualidade.

Espero que os dirigentes entendam a perda como eu: significativa. Não foi mais um que deixou o clube. Foi um diferencial. Então, foco nos trabalhos, mas também no mercado, para suprir a necessidade de um jogador do porte de Galego.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz 2010! (Ou: Porque Zidane é melhor que Ronaldinho)



Para começo de conversa, feliz ano novo, feliz 2010! Que este ano seja melhor para todos.

A equipe do República tem suas próprias resoluções, mas que passam por um geral bem simples: um futebol melhor para o Rio Grande do Sul, um futebol muito melhor para Pelotas.

E por que não começar 2010 com uma pequena discussão?

Passei a virada com minha família, e, lá, durante uma conversa sobre futebol, há um comentário que chama minha atenção: "Dos últimos 20 anos, eu acho que o Ronaldinho foi o melhor mesmo". Fora de contexto, até porque não me lembro o que antecedeu o comentário (perdão, Seu Pedro!), mas, no teor, foi isso. E foi isso que tornou-se uma discussão Ronaldinho x Zidane.

Vejamos. Vinte anos. Sem considerar 2010, obviamente, isso vem lá de 1989. Vinte anos é muito tempo para o futebol. Nesses vinte anos, há um absurdo de jogadores geniais. Para citar apenas alguns dos que jogaram destas duas décadas: Romário, Ronaldo, Ronaldinho (este o jovem do grupo), Roberto Carlos, Maldini, Zidane, Deschamps, Giggs, Cantona, Desailly, Maradona, Nesta, Del Piero, Baggio, Owen, Seedorf, Davids, Gullit, Enzo Francescoli, Recoba, Batistuta... ufa!

Mais recentemente, podemos incluir outras feras mundiais: Messi, Cristiano Ronaldo, Kaká, Ibrahimovic, Xavi, Iniesta, Terry, Gerrard, Torres, Drogba, Fabregas, Villa, Rooney, etc.

Mas voltando ao tópico inicial...

É fácil ver porque alguém consideraria Ronaldinho um dos melhores, se não o melhor, dos últimos 20 anos. Eu considero-o um dos melhores. Fácil. O problema é no tempo em que estamos falando. Por dois ou três anos, ele jogou em altíssimo nível. Um futebol de encher os olhos. Inteligente, habilidoso, ágil. Ótima visão de jogo. Mas por apenas esses anos. Hoje, ainda é um grande jogador. Se não fosse tão bom, não lembraríamos do seu futebol e o citaríamos como exemplo, logo agora, em comparação a craques históricos.

Mas compará-lo com Zidane é covardia contra o brasileiro. Hoje, tudo que se fala é de sua cabeçada na final da Copa de 2006. Esquecem que o mesmo Zizou que atingiu Materazzi é o Zizou que trucidou o Brasil na final de outra Copa, de 1998. Que é o mesmo Zizou que levou a França de 2006 até a final. Vale lembrar o jogo França x Espanha, que considero o divisor de águas para o futebol francês aquele ano.

A França havia feito um primeiro turno ridículo. Em um grupo com Suíça, Coréia do Sul e Togo, ela passou apenas em segundo. E logo de cara, nas oitavas, encontrou a Espanha, que havia passado facilmente pelo seu grupo. O primeiro tempo do jogo acabou 1 a 1. No segundo, Zidane resolveu jogar. E todos sabem o que aconteceu. Três a um, show francês, um futebol magnífico comandado por Zizou que levou-os até a final.

Mas voltando à comparação... os currículos são equivalentes. Ambos possuem Champion's League (curiosamente, um pelo Real Madrid, outro pelo Barcelona), ambos possuem Copa do Mundo. Mas e o futebol? Aí que perde a graça. Enquanto Ronaldinho fazia do seu futebol-arte seu espetáculo à parte, Zidane transformava o time em uma máquina de futebol eficiente.

Tinha visão de jogo, técnica e controle incomparáveis. Não tinha velocidade nem força: não precisava. Controlava a bola mesmo que não conseguisse ficar de pé. Sua "matada" de bola era realmente uma matada, a bola morria no chão e ficava lá. Parada. Pedindo para ser trabalhada pelo craque francês.

Ronaldinho utiliza seus elásticos e dribles desconcertantes. Cobra faltas com precisão e inteligência (lembram da bola rasteira quando toda barreira pulou?). Zidane passava uma vez o pé por cima da bola (a hoje famosa "pedalada") e já deixava o adversário caído. Uma vez, apenas para distrair o marcador e mudar de direção.

Nas duas Copas em que era o suposto protagonista, jogou demais. Colocou a França nos ombros e levou a pelota até a final. Uma delas, venceu. Ronaldinho roubou a cena em 2002. Mas quando o Brasil precisava dele em 2006, com os adversários tremendo na base, ele não correspondeu.

Ronaldinho é um grande jogador. Já é histórico. Mas Zidane foi simplesmente o melhor que vi jogar. Ou alguém aqui não acha que se ele tivesse continuado em campo em 2006, o final teria sido diferente?

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