
Faz nove temporadas que a cada inicio de ano é um recomeço para o Grêmio. Montar um time capaz de acabar com essa espera por títulos que a torcida vive há tantos anos.
A estréia no Gauchão contra o Pelotas marcou mais um desses recomeços para o time de Porto Alegre, e, dados os devidos descontos, o time superou o desentrosamento para conseguir uma virada a moda os melhores tempos do Grêmio, saindo de um placar adverso de 0x2 fora de casa, conseguindo vencer a retranca do Pelotas e sair com a vitória por 3x2.
O Jogo
No segundo tempo o Grêmio voltou diferente, Silas tirou o menino Henrique, colocou Jonas e alterou o esquema para 3-5-2. Deu certo. O Grêmio voltou melhor, mesmo com Pelotas só na retranca esperando os contra-ataques o Grêmio criava e ameaçava mais. A pressão deu resultado, Leandro foi derrubado na área, pênalti. Jonas, que durante a semana foi cotado para deixar o clube por se desentender com a direção, pediu pra bater enquanto a torcida gritava “Souza” e não decepcionou. 2x1.
Grêmio de volta e Pelotas se perdendo em campo, jogadores perdendo a cabeça. Dick recebeu o segundo amarelo e foi expulso. Borges que tinha perdido várias chances recebeu de costas na área, dominou girando e bateu. Belo gol, 2x2. O que era muito provável virou óbvio depois do empate, não era possível para o Pelotas segurar o Grêmio. Não muito tempo depois do empate Hugo chutou cruzado e Maylson apareceu pra completar, virada gremista, explosão do lado tricolor e decepção do lado áureo-cerúleo. No fim o Grêmio ainda teve algumas chances, mas quem assustou mesmo foi o Pelotas com uma falta cobrada por Maicon Sapucaia e defendida pelo goleiro Victor.
Foi uma bela tarde, e um jogo tão quente quanto o sol que torrava a cabeça de praticamente todos torcedores que foram ver o jogo. Mas a nota triste fica por conta do péssimo tratamento dado a torcida do Grêmio.
O Pelotas se mostrou sem estrutura nenhuma para receber uma torcida e um time do tamanho do Grêmio. É inadmissível que um torcedor pague 30 reais por um ingresso para passar por uma situação parecida com a que passou a torcida do Grêmio. Uma desorganização tremenda, filas que não eram filas, um portão para passar 6 mil pessoas, torcedores que não conseguiram entrar, não tinha água pra vender (depois parece que alguns torcedores conseguiram água). É por isso que não se vai a estádios aqui no Brasil, porque o torcedor, me desculpe a grosseria, paga pra sentar na pedra e mijar na parede.
O que fica de bom da tarde de ontem é a torcida do Pelotas novamente enchendo o estádio e o time do Pelotas, que parece ser um time capaz de competir com os outros times do interior. Para o Grêmio resta a esperança de que esse ano vai ser o ano, que esse ano vai ser diferente dos últimos nove, que esse ano os torcedores vão poder comemorar algum título expressivo, como foi em 2001, curiosamente a ultima vez que o Grêmio enfrentou o Pelotas.
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*Bruno Siqueira acompanha futebol apaixonadamente, cursa Direito e foi convidado pela equipe do República para comentar o jogo entre Grêmio e Pelotas, indo assistir o jogo no estádio da Boca do Lobo, apresentando uma visão de fora do mundo em que os blogueiros usuais do República estão acostumados a presenciar.
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