
Muitas pessoas costumam chamar o Brasil de "o país da impunidade". Podem até ter razão, analisando casos específicos de péssima conduta da justiça, mas não precisam muito para provar que o futebol brasileiro, sim, é marcado pela impunidade.
Fiquei surpreso - apenas isso, sem exagerar desnecessariamente - quando descobri que Diego Souza foi absolvido da sua punição de 8 jogos no Paulistão de 2010 por ter agredido o jogador do Santos Domingos, no jogo da eliminação do Palmeiras da competição.
Vencendo nos tribunais, os advogados palmeirenses transformaram a punição em 100 cestas básicas pagas pelo clube, valor que, enquanto seria alto e caro para qualquer brasileiro, quando pagas por um clube de futebol da elite paulista, é ínfimo. E assim, Diego Souza, que havia sido expulso injustamente, mas em seguida voltou e agrediu, daí sim, Domingos, fica completamente impune.
Se fosse um caso único, seria, então, para deixar toda imprensa e sociedade abismada. Mas não é o primeiro e não será o último caso semelhante. Todos sabemos. Dentinho na Copa do Brasil - atingiu um cotovelaço no rosto de Rafael Moura e não levou punição nenhuma. E sabe o que o juiz do STJD na ocasião afirmou? "Absolvo ele não porque sou corintiano, mas porque acho que é o certo a se fazer".
Admitiu que absolvia o jogador porque era corintiano, com outras palavras, sem a menor vergonha na cara.
Não costumo alimentar a idéia de "perseguição" que torcedores de outros estados que não São Paulo dizem que sofrem. Mas também podemos lembrar do escândalo no Brasileirão de 2008 do ingresso para o show da Madonna que um juiz da última rodada do jogo do São Paulo, o campeão do ano, recebeu. E de Edilson. O árbitro de 2005 que participou de um esquema de apostas para ajeitar resultados dos jogos. E o pior: anulação de 11 jogos em favor do Corinthians, outro time de São Paulo, garantindo o título ao clube paulista com o empate diante do Internacional, com um pênalti cometido por Fábio Costa não marcado.
E ainda mais - Gavilán, o volante do Grêmio, que levou uma punição forte por ter atingido Valdívia, do Palmeiras há uns anos. E o caso D'Alessandro, meia do Internacional, desse ano, que por ameaçar um jogador do Corinthians na final da Copa do Brasil, levou dois meses de punição em todas competições.
Com essas e o novo caso Diego Souza, estou começando a dar razão para aqueles que dizem que são "perseguidos", mesmo que em um nível bem mais sutil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dá um pitaco!