sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

...and nothing else matters!



Vou começar dizendo que esta será a postagem mais parcial da história desse blog. Não tem como não ser. O dia 28 de janeiro, para mim, não é ainda tangível. Como disse Bruno Siqueira, o novo colaborador do blog, tirando da letra de Fade to Black, do próprio Metallica, "Ontem parece que nunca existiu". Parece um sonho. Eu vi Metallica ao vivo, e foi o espetáculo mais incrível que eu já vi.

Ressalvas à organização na hora da entrada e à falta de atenção com o lamaçal que virou o local do show, mas isso foi o de menos. Numa escala de importância de tudo que aconteceu dia 28, essas foram as menores. Mas falemos da maior, o show. Eu não consigo apenas colocar aqui a set-list, então terei de passar minhas impressões.

Como de praxe (e por sorte), o show começou com a intro e as cenas de O Bom, o Mau e o Feio, filme de faroeste dirigido por Sergio Leone com Clint Eastwood no elenco. A gigantesca platéia enlouqueceu completamente quando as luzes baixaram e a introdução começou, logo depois sendo complementada com o riff inicial de Creeping Death. Destruidor. Deu pra ver que eles capricharam na produção logo de cara, e doce para os olhos foi o que não faltou no ato de James e companhia.

E o Metallica estava se sentindo nostálgico. Após Creeping Death, James saudou "Porrrrto Alegrueêê!" e Kirk Hammett tomou a frente para tocar mais duas músicas do álbum Ride the Lightning, as ótimas For Whom the Bell Tolls e a homônima ao disco, Ride the Lightning.

Lars ergueu os braços à platéia, todos foram a loucura, James disse que curtiríamos a próxima, e ele tinha razão. The Memory Remains. E, apesar de ser ótima música, ficou apagada pela obra que a sucedeu. Fade to Black. Falar de Metallica e não falar de Fade to Black é impossível. Aí sim, a platéia surtou. Mais de um marmanjo chorou ao ouvir os primeiros acordes. Todos silenciaram por minutos, em reverência. Essa, todos queriam lembrar.

E não dava para esquecer o novo disco, é claro. Por sinal, um espetacular disco, que com certeza já é um dos favoritos de um grande número dos fãs. A banda tocou três seguidas: That Was Just Your Life, The End of the Line e The Day that Never Comes. E eles mostraram que estavam entendendo o que a platéia queria ouvir. James disse que tinha escutado que os brasileiros gostavam de música pesada. E perguntou: "Do you want heavy?". Bem, obviamente, berramos que sim. E pra quê? Logo o riff foi caprichado, e... "é triste, mas é verdade". Sad But True!

Mas depois que tocaram Cyanide, a quarta e última do Death Magnetic, eles capricharam. E tocaram apenas as clássicas. Uma fita com o áudio de ataques durante uma guerra tocou antes de One, e um show pirotécnico roubou a cena, sem a banda no palco. Assim que acabou, James apareceu no topo do palco iniciando a série de cinco músicas das mais memoráveis da banda.

Após One, Master of Puppets. Provavelmente, a mais comemorada pela platéia. Headbangers comemoraram, braços voaram ao alto fazendo o sinal característico dos fãs de metal, e James cantou Master, seguida de Battery. Depois da rápida e intensa Battery, uma das mais conhecidas: Nothing Else Matters.

Mais uma leva de fãs chorando, extasiados. E, para matar com tudo, Enter Sandman. Aí, não teve quem não cantasse com a banda. E se trinta mil vozes não fossem o suficiente para mostrar que o show tinha sido demais, as três músicas do bis já deixariam bem claro. Primeiro, um cover. Die, Die, My Darling. Em seguida, duas do primeiro álbum. Do álbum que começou com tudo, e o álbum que terminava com o show que ninguém tirará da cabeça: Phantom Lord e Seek & Destroy. Imperdível.

Mas daí já era o fim. Ninguém mais teria garganta depois de Seek & Destroy. Ninguém mais teria ouvidos. Adrenalina era a única coisa que sobrava. E o Metallica havia demonstrado, claramente, em 28 de janeiro de 2010, como se fazia um show.

Eu vi Metallica. Quem não viu, perdeu. E não sabe o quanto.

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