
Muitos colorados que viram e lembram do Internacional dos anos 70 afirmam que foi a melhor década que o clube já teve. De 1975 a 1979, o elenco manteve sua base e formou um time competitivo, campeão e incrível. Desses colorados, todos afirmam que Paulo Roberto Falcão era o melhor jogador.
Não só do time. Do Brasil. Melhor meio-campo já formado pelo Inter, Falcão foi jogador do time profissional por seis temporadas, de 1973 a 1979, e levantou o tri-campeonato brasileiro, sendo também parte do único título invicto do Brasileirão, em 1979.
Falcão era um jogador completo. Foi revelado como volante, e de fato exerceu essa função por um bom tempo, mas era bom demais para ser gasto em uma posição muito defensiva. Passou a ser segundo volante. E em seguida, praticamente um armador, embora nunca tenha deixado de ser "volante".
Tinha qualidade defensiva, tinha qualidade ofensiva, marcava gols com facilidade. E com a bola no pé, era um gênio. Seu passe era milimétrico; seus lançamentos, certeiros. Suas assistências e seus gols, então, eram arte. Pura arte técnica, bela e perfeita. Era um jogador que atuava de cabeça erguida, com classe, orgulho.
Em 1978, foi deixado fora da Copa do Mundo. O técnico Cláudio Coutinho decidiu por levar Chicão, um volante viril e forte. Mas contra classe e inteligência, não há força existente que possa parar um jogador como Falcão. A Argentina venceu a Copa de 78.
Em 82, formou com Cerezo, Sócrates e Zico um meio-campo destruidor, mas que foi parado por uma Itália pragmática de Paolo Rossi, que acabou campeã. Falcão, nessa ocasião, nas quartas-de-final, marcou o segundo gol do Brasil na derrota de 3 a 2 para a Itália. Um belíssimo gol de fora da área, um dos mais famosos da sua carreira.
Em 83, já na Roma, foi campeão italiano. Em uma das únicas três vezes que o clube venceu o Scudetto. Era o suficiente para virar ídolo. E foi o que ocorreu. O catarinense que desde jovem jogava um futebol fenomenal, ajudara a construir o Beira-Rio, encantara os colorados de todo o país foi à Itália, à terra da contenção, à terra do ferrolho. E fez história.
Com seu futebol de classe, seus chutes de ouro, seus passes refinados, Falcão jogava como realeza, como um nobre no meio de plebeus. Que pouco podiam fazer diante do talentoso Rei de Roma.
"Dizem que jogador sozinho não ganha campeonato. Mas o Falcão de 79 seria vice com certeza". (Luís Fernando Veríssimo)
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