
Depois de uma competição liderada principalmente pelo Palmeiras, e que aparentou ir direto para a sala de troféus do São Paulo mais uma vez, depois de uma arrancada invejável, quem teve a arrancada do topo foi o Flamengo. E por que isso? Vale a análise: um pouco sorte, um pouco competência, quase nada de planejamento.
Sorte? Sim. O Flamengo tem três principais jogadores, responsáveis diretos pela arrancada do time: Adriano, Petkovic e Bruno. Não coloco Maldonado ou Álvaro nessa lista porque a zaga melhorou por méritos do Andrade. Ah, o Andrade, por sinal, foi um jogo de sorte também, ele só foi efetivado depois das negociações com Vagner Mancini desandarem. Mas voltando aos jogadores... Adriano veio de graça da Inter de Milão, gigante italiana, porque estava deprimido lá.
Tudo bem, ele tem direito. E o Flamengo o recebeu. Mas que é uma sorte um jogador da qualidade do Adriano ter voltado ao Brasil, pedido para jogar no Flamengo e ter encontrado sua melhor forma com rapidez, no contexto geral, é. Petkovic a mesma coisa. Veio para negociação de uma dívida, e, para surpresa de todos, está comendo a bola. Sempre teve a qualidade, mas, aos 37 anos, renasceu. Isso é bom trabalho do Pet. Sorte do Flamengo.
Outro detalhe: Corinthians entregou o jogo. Grêmio provavelmente também fará corpo mole. Então, nos seis pontos do título (pontos que colocaram e mantiveram o Flamengo na primeira colocação nas duas últimas rodadas), nenhum deles foi realmente jogado. Assim fica fácil.
Competência? Ter efetivado Andrade na hora certa, mesmo dependendo da sorte de não ter assinado com Mancini, foi competência. Conquistar inúmeros pontos em uma série invicta de motivação e reação, foi competência. Contar com os tropeços de todos adversários do topo, foi sorte. Andrade mostrou ser um ótimo técnico, com a cabeça direita e noção tática invejável, mas teve o trabalho facilitado por não contar com uma pressão absurda por qualquer parte da imprensa, diretoria ou torcida. De cara fez um bom trabalho. Isso sempre ajuda.
Planejamento? Como grande parte dos times do Rio de Janeiro, o futebol de soberba e orgulho dos flamenguistas não parecia ir a lugar nenhum. Até o meio do campeonato, o presidente afirmava que o título viria. Mesmo com o clube mais próximo da zona de rebaixamento do que do G4! O mesmo presidente foi à imprensa afirmar que "o dinheiro acabou!", do mesmo clube que não paga nenhum salário em dia, com exceção de Adriano.
Realmente, o Flamengo em primeiro lugar, é uma campanha de várias caras. E fica a certeza de que, no campeonato de pontos corridos mais fácil de ser vencido, marcado por tropeços e equilíbrio, foi vencedor não aquele que foi melhor que 19. E sim o que foi o menos pior de 20.
A torcida agradece.
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