quarta-feira, 17 de março de 2010

It's not so easy


Ver Axl Rose e Sebastian Bach numa mesma noite pode ser considerado o apíce do prazer musical para qualquer um que é fã de hard rock.


Eu tive esse prazer ontem a noite, e posso dizer, sem nenhum pesar, foi inacreditável.


Chegamos em Porto Alegre eram exatamente 16:00. Fomos para a fila, interminável. Com a clássica desculpa de "vou ver se acho algum conhecido", logo achamos um buraco na fila e...sim, furamos.


Entramos dentro do local do show eram umas 17:00, ficamos confinados lá dentro até umas 20:00, enquanto o pessoal da pista VIP passava por nós rindo e apontando. Normal.


Quando finalmente nos liberaram, foi aquela correria, todo mundo tentando correr mais que o outro para chegar na frente e pegar o melhor lugar.

Eu estava atrás, mas logo fui me infiltrando e atingi a grade. Ali ficamos impacientes até umas 22:00, quando veio o anuncio, sob uma chuva de vaias, de que haviam acontecido muitos problemas com a estrutura do palco e com alguns equipamentos dos músicos, e que o show começaria dentro de uma hora. (Detalhe, estava marcado para começar as 21:00)


Quando bate 23:00 todos começam a se olhar, procurar...nada. Nós haviamos tido como última refeição o almoço, lá pelo meio dia, e estavamos desde as 16:00 em pé. A fome e o desgaste eram uma coisa absurda. A única coisa positiva foi que trocaram o cd que estava rolando lá desde as 20:00, e que já tinha virado umas 5 vezes.


Faltando pouco para 00:00 , sobe ao palco a Rosa Tatooada. Tive pena dos caras, era óbvio que devido a falta de organização, a raiva iria estourar em cima deles. Mas mesmo assim os caras não se abalaram, fizeram um "mini-show" de 3 músicas, com as vaias sendo reduzidas consideralvente da primeira para a última música, esta que foi dedicada para a Tequila Baby, que seria a outra banda a abrir o show, se tudo tivesse ocorrido dentro dos conformes.


Ao final do show da Rosa, o vocalista estendeu a bandeira do Rio Grande do Sul, levando grande parte do público ao delírio, e mostrando o porque eles estavam ali. Queriam representar as bandas gaúchas num evento desse tamanho. Eu não soltei uma vaia, e aplaudi muito no final.


Meia noite e pouco vem ao palco Sebastian Bach. Com o perdão do trocadilho, mas... bah! O cara é muito foda. Baita presença, e mandando muito no vocal. O show contou com muitas músicas do primeiro cd do Skid Row, de mesmo nome, algumas do segundo, Slave to the Grind, e varias outras do último cd solo de Sebastian, Angel Down.

Claro que as clássicas, 18 and Life, I Remember Rou e Youth Gone Wild foram as mais cantadas.Mas não posso deixar de manifestar meu pesar por grande parte das pessoas que estavam a minha volta, ficavam pedindo o fim do show, e não conheciam nada do trabalho desse monstro do rock and roll. Meus registros ficam para In A Darked Room, Slave to The Grind e para o cover de Aerosmith, Back in the Saddle, além dos clássicos já citados.


1:45. Não muito depois do fim do show do Bach, as luzes se apagaram novamente, agora sim, delirio geral. Ao fundo os telões começaram a passar algumas imagens, enquanto rolava a introdução de Perry Mason (clássico da TV e clássico do Ozzy). Bem em cima do palco apareceu DJ Ashba, todo mundo gritava como nunca. Então o riff de Chinese Democracy começou a ser executado. Meu deus! Só quem estava lá para sentir a energia emanada por essa banda.

O tiozão Axl Rose, com seu visual motoqueiro sulista, continua em forma. Cantando muito. Logo ao final de Chinese Democracy veio o clássico grito emando por Axl: "Do you know where you are?"

Sim todos sabiamos aonde estavamos, estavamos na selva. Porque quando entrou o rff de Welcome To The Jungle todos viraram uns animais, pulando e batendo uns nos outros.

Antes de seguir, vale uma nota geral.

A todos que se recusaram a ir no show por dizer que não era Guns N' Roses, que Axl e banda não valia a pena. PERDERAM!

Que banda foda! Não da pra dizer de outra maneira. Dos três guitarristas escolhidos por Axl, é um melhor que o outro. É incrivel como soam bem, como toda a banda soa muito bem. A qualidade de todos os músicos da banda é algo fora de série. Axl realmente escolheu os melhores.


Depois de Welcome To The Jungle, o repertório seguiu no Appetite For Destruction, e foram executadas It's So Easy e Mr. Brownstone. Seguidas de duas do Chinese Democracy, Sorry, e o grande sucesso Better.

Pausa para o solo de guitarra de Richard Fortus, tocando o tema do 007. Demais.

Seguindo..

Live And Let Die me arrepiou, ao ouvir a voz rasgada de Axl nas primeiras estrofes.

Mais três musicas do Chinese, If the World, Shackler's Revenge e Street Of Dreams.

Uma coisa que me deixou triste, foi que ao executar Rocket Queen, talvez minha música preferida do Guns, eles cortaram um pedaço dela. Mas nada que tire a beleza do espetáculo.

Ao final do solo de DJ Ashba começou Sweet Child O' Mine, delirio dos fãs e dos pseudo-fãs. Cantada em coro obviamente, Axl still got it.

You Could Be Mine foi foda demais. Não achei que Axl conseguiria. Tudo bem que no final o grito de 10 segundos virou um grito de 5, mas não importa, Axl mato a pau.

Depois ele se sentou ao piano, todos sabiam que viria November Rain, mas antes fez uma "brincadeira" com a plateia, tocando Another Brick In The Wall do Pink Floyd, a plateia acompanhou em coro.

November Rain, foi sem palavras. Eu devo ser podre por dentro, pois acho que fui o único não estava chorando. Mas que arrepiou, arrepiou.

Ao final da execução dessa música eu aprendi uma coisa. Axl é o Guns. Podem falar o que quiserem, e chorar pela formação antiga, mas o Guns está vivo, gostem ou não os saudosistas.


Depois do solo de Bumblefoot, tocando o tema da Pantera Cor de Rosa, veio Knockin on Heavens Door em uma versão um pouco diferente, mas que foi identificada na hora pelas 20 mil pessoas presentes.


Night Train eu cantei inteira, até os solos, coitada da mulher que fico entre eu e a grade. Detalhe para DJ Ashba usando a bandeira do Rio Grande do Sul enrolada às costas.

Ao final Axl se despediu e agradeceu. Claro que todo mundo sabia que viria mais.


No bis, Madagascar representou pela última vez no show o Chinese Democracy.

Logo em seguida veio a muito aguardada Patience, e foi perfeitamente executada. Ouvir aquele assobio ao vivo é uma experiência única.

Por fim Paradise City. Refrão muito grudento e cantado por todos os presentes.
Com os gritos de "I want you take me home!" foi encerrada essa inesquecivel apresentação do Guns N' Roses.


Depois do show ainda cantamos parabéns para um membro da equipe técnica da banda, e tambem para uma fã muito sortuda, que estava na primeira fileira e foi pessoalmente chamada ao palco por Axl Rose.


E para termos certeza de que se tratava de Axl mesmo, um pequeno chilique/brincadeira em sua ida para o camarin. E ele saiu chigando todo mundo e arremessou o microfone no chão.


Agora sim! Podemos dizer que fomos a um show do Guns.


Ficamos 12 horas em pé, e 14 horas sem comer, mas nunca disseram que seria fácil assistir à banda mais perigosa do mundo.






4 comentários:

  1. Eles vieram apenas ganhar dinheiros em cima dos fanáticos fãs, aposto que nem tem mais motivação para tocar, o atraso ainda mostra desrespeito com o público.

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  2. Como disse no post, só quem viu ao vivo pode entender a energia dessa banda ao vivo.

    Acho que terminar um trabalho de 17 anos, contar com músicos excelentes na banda, voltar a sair em turnê, são motivação suficiente.
    Ver como Axl melhorou a voz em relação às apresentações antes do lançamento do Chinese Democracy, mostra como ele se empenhou.

    Todos sabemos do temperamento e da personalidade "estrelistica" do Axl, mas garanto que nenhuma das 20 mil pessoas que estavam presentes se arrependeram de esperar 4 horas para ver o Guns.

    Sem falar que grande parte dos problemas foram culpa da produção do show, e não dos músicos.

    Abraço.

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  3. Cara era um show pra não se perder. E eu perdi. Mas concordo, que o Alx não precisa de mais motivação do que a emoção de ta novamente, depois de tantos anos em turnê. Lendo o post confirmei o meu maior medo, que o show fosse muito bom... e eu perdi. Mas faz parte, escolhas são escolhas... Guns ta na minha lista de intocaveis, e não tem como fala mal dos caras. Parabéns pra quem foi ao show.

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  4. Cara era um show pra não se perder. E eu perdi. Mas concordo, que o Alx não precisa de mais motivação do que a emoção de ta novamente, depois de tantos anos em turnê. Lendo o post confirmei o meu maior medo, que o show fosse muito bom... e eu perdi. Mas faz parte, escolhas são escolhas... Guns ta na minha lista de intocaveis, e não tem como fala mal dos caras. Parabéns pra quem foi ao show.


    Abração

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