domingo, 21 de março de 2010

O 4-2-3-1


Primeiro, peço desculpas pela demora em fazer esta postagem. Problemas particulares me impediram. Mas vou tentar retomar a discussão que propus no meu texto do dia 17 de março, antes do jogo do Internacional pela Libertadores. Na ocasião, disse o seguinte:

"Fossati vem recebendo muitas críticas ao seu trabalho no colorado. Acho a grande maioria delas infundadas. Mas a torcida teme que o uruguaio seja um técnico de um esquema só, que poderia "queimar" alguns jogadores, em favor de outros de menos qualidade. O jogo contra o Cerro será essencial. Ganhando, o Fossati ganhará a confiança dos colorados. Empatando, receberá muitas críticas devido à quaisquer que forem as falhas da equipe em campo. Perdendo, será massacrado."

Com o empate, um leitor comentou "O que achas de Fossati agora?". Vou tentar responder, já agradecendo pela participação!

Fossati não foi a campo com um 4-2-2-2, como eu previa. Ao invés disso, optou pelo 4-2-3-1, ou seja, utilizou quatro jogadores na defesa - dois zagueiros e dois laterais de ofício, responsáveis por marcação antes de apoio -, dois volantes, três meias ofensivos e um atacante colocado na área adversária. Era claro o que desejava fazer. Queria a aproximação de D'Alessandro, Giuliano e Edu (os "3" do esquema), unindo-se a Alecsandro buscando concluir a gol e apostando num bom último passe para camisa 9 colorado.

Durante o primeiro tempo, viu-se isso. Até os 10 minutos, o Cerro tentou surpreender o Inter indo para cima e buscando abrir o placar. Com duas chances logo de cara, a conduta do time colorado mudou, e a equipe adiantou a marcação, manobra essencial para crescer na partida. Com essa formação, o Inter teve controle do meio-campo e criou suas próprias chances, as duas mais claras com Giuliano, em duas ótimas defesas do arqueiro uruguaio.

Parecia que o Inter tinha a vitória encaminhada, e Fossati havia achado seu esquema. Não fosse pelo segundo tempo. O Inter não entrou em campo. Não dá para dizer que o Cerro veio com tudo - o que aconteceu foi que o time colorado deixou o Cerro invadir seu campo. Alecsandro perdeu-se mais uma vez na marcação de três ou quatro jogadores na área adversária, Edu parou de buscar a bola no meio-campo, D'Alessandro, que foi bem na primeira etapa, mostrou sinais de cansaço e Giuliano, que criará suas duas chances, não ameaçou mais.

Terminou como terminou. Empatado. O resultado justo. O Cerro é um bom time, e também buscou a vitória. Duvido que aguente a pressão colorada no Beira-Rio, mas já mostrou que não é um time fraco. Tem suas virtudes e seus bons jogadores. Mas tudo dirigiu a crítica ao treinador do Internacional. Mais uma vez seu esquema foi ineficiente.

Fossati, para mim, continua recebendo críticas infundadas. Quando pressionado, mudou de esquema. Testou algo novo. Abandonou suas crenças - que passam por considerar o 3-5-2 uma formação confiável - em busca do melhor resultado. Mostrou que não é um técnico de um esquema só. O problema é que o resultado está faltando. Num grupo mediano para fraco, o Inter ainda não assumiu a liderança. Faltam atacantes que desequilibrem, meias que se aproximem, mas isso não sabe-se ser culpa do técnico. Sua única culpa seria escalar certos jogadores que simplesmente não são os melhores para cada posição. Vide a situação Bruno Silva vs. Nei.

Jorge Fossati vem buscando arrumar o time, encontrar a formação ideal. Resta saber se será tarde demais para o Inter em suas pretensões na Copa Libertadores.

● A pressão da imprensa paulista para a convocação de Neymar só aumenta. Seu empresário chegou ao ponto de dizer que ele é um quatro jogadores no mundo inteiro que pode desequilibrar uma partida. Ou seja, chamou-o de um dos melhores do mundo. É bom jogador, vem tendo ótimas atuações, mas não é para tanto. E cabe perguntar: se ele jogasse no Grêmio ou no Inter, haveria toda essa badalação? Pois é...

● De contestado a favorito, Alecsandro vai garantindo seu lugar como um dos titulares absolutos. Atuou bem mesmo contra Cerro, faltou apenas o gol. Bom ver que o preciosismo que cabia-lhe em 2009 não repete-se na Libertadores de 2010. Bom para o Inter. E Taison? De absoluta desaprovação da torcida, já passa a ser nova aposta para o time. Edu não mostrou a que veio, e a torcida começa a pressionar.

3 comentários:

  1. Mais um empate hoje, contra o Pelotas, com 4-4-2, o inter, cria, tem posse de bola mas tem muita dificuldade nas finalizações

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  2. Ainda há tempo de arrumar o time para a Libertadores. Só não há tempo para testar mais nada de diferente do que se mostrou no primeiro tempo do jogo de ontem, pois foi neste modelo que o Inter chegou ao vice-campeonato brasileiro. Agora é treinar o esquema e repetir. E torcer.

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