sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O caso Ramon

Ramon foi uma das estrelas na campanha do Vasco da Gama que subiu à Série A. O lateral-esquerdo, formado nas categorias de base do Internacional, emprestado pelo clube gaúcho ao carioca, ganhou status de ídolo em São Januário, com boas atuações na Série B.

Recentemente, voltando ao Rio Grande do Sul, Ramon envolveu-se em uma polêmica devido ao acerto de sua renovação contratual. Entenda: o Inter desejava renovar o vínculo que dura até 2011, sem maiores mudanças, enquanto Ramon insistia em obter 20% do seu próprio passe e um salário aumentado consideravelmente.

O clube não concordou, e Ramon continuava afirmando que desejava voltar ao Rio e que não assinaria se não fosse do jeito que ele escolhera. E então o Inter resolveu da sua maneira: Ramon ficará encostado, treinando em separado, até assinar a renovação ou o fim do seu contrato.

Agora, o lateral-esquerdo já mostra que talvez decida renovar como deseja o Internacional, afirmando àqueles que o procuram que "jogador quer jogar, não ficar parado e recebendo". Verdade. Não fosse assim, não seria tão alto o número de jogadores que, devido à falta de oportunidades em um time, mesmo com salário alto, deseja voltar para seu país de origem ou clube anterior, para jogar.

Mas Ramon engana-se ao pensar que merece tanto. Muitos defendem o jogador, já eu defenderei o clube: lembram-se de Ronaldinho? Ao não ser vendido, o craque gremista esperou o fim do contrato e saiu sem dar um centavo ao Grêmio. Até hoje é chamado de "traíra" e similares por muitos torcedores do tricolor. O Inter, nesse caso, cuida apenas do seu interesse; o de impedir que um jogador com um mercado em ascensão saia de graça. Além disso, por que o colorado deveria aceitar todas exigências do lateral? Ele nunca fez por merecer no Beira-Rio, não rendendo o suficiente em suas várias chances, tanto que foi emprestado ao Vasco para a disputa da Série B.

O número de jogadores com salários altíssimos contagia muitos outros, que buscam atingir os mesmos patamares. Sejamos justos, Ramon acha que merece. Fez, realmente, um bom campeonato pelo Vasco, e quer apenas garantir o seu. Mas e o clube, como fica? Deve pagar um salário estelar para qualquer um que desejar assim na renovação? E desistir de 20%, quantia considerável, apenas porque um jogador que ainda tem que provar que tem futebol para tanto, ainda mais na Série A, e provável reserva de Kléber (se ficar, isto é), quer assim?

Não. Ramon tem que pensar bem o que ele fez até hoje na sua carreira, antes de exigir o que bem entender de um clube que tem recursos para contratar um jogador que peça menos. Ou senão, ficará encostado, sem jogar por um ano. E sem ir por empréstimo para o Vasco, como ele também queria. Afinal, sem mostrar interesse nenhum em continuar no Internacional, por que os dirigentes gaúchos deveriam pagá-lo salário de ídolo?

Vai entender...

Um comentário:

  1. Concordo em gênero, número e grau com o posicionamento do Inter neste caso.
    Convenhamos... o clube sustentou por anos o menino Ramon, dando condições de crescimento a ele no que diz respeito tanto a vida pessoal quanto profissional.
    Não rendeu o esperado quando teve oportunidade, é verdade, mas o lateral foi para o Vasco e se destacou. E agora ele vai simplesmente não renovar, podendo sair livre já em Dezembro deste ano ?? O que o Inter está fazendo é zelar para garantir que o seu investimento tenha um futuro. O clube, inclusive, já tinha concordado em devolver Ramon para o Vasco se o contrato atual fosse renovado. Mas é aquela coisa: empresários e agentes podem também mexer com a cabeça desses jogadores, elevados a categoria de craques sem uma sequencia de partidas.....

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