sábado, 6 de fevereiro de 2010



Com a cabeça longe

Ontem Jorge Fossati, treinador colorado, foi entrevistado por Paulo Roberto Falcão - que já apareceu nos nossos Grandes Craques, confira! -, cronista e comentarista da rede RBS. Acompanhei a entrevista e fiquei satisfeito com a clareza e habilidade que Fossati expressava suas opiniões.

O ponto que mais chamou a atenção foi na formação do grupo do Internacional. Fossati afirma trabalhar com 25 ou 27 jogadores que serão, todos, na sua opinião, capazes de assumir uma vaga de titular no time principal. Realmente, o elenco colorado chama a atenção. Mas vale lembrar que estes 25 ou 27 serão os que disputarão a Libertadores... e o Inter não foi exatamente o mais reforçado para a Libertadores.

Claro, manteve Giuliano e Sandro, que, podem, sim, ser considerados dois dos melhores reforços de todos times brasileiros que disputarão a Taça. Mas não trouxe nenhum jogador de renome. Trouxe duas apostas (Thiago Humberto e Wilson Mathias), dois reforços pontuais (Nei e Bruno Silva) e um centro-avante criticado (Kléber Pereira). O verdadeiro trunfo colorado foi, realmente, manter o grupo. Manteve Andrézinho, manteve Kléber, manteve D'Alessandro e Guiñazu, e, como já disse, seus dois meninos de ouro, Giuliano e Sandro.

Falando ainda sobre os reforços, chamou a atenção, e muita, o que Fossati acabou falando. Falcão perguntou: "O que você tem a falar sobre Wilson Mathias?" (ou foi este o teor da pergunta). E Fossati começou a dar uma resposta que não condizia com as características de Mathias. O que chamou mais a atenção, na verdade, foi que ele disse que o jogador estaria "desinteressado" em jogar em um time grande, ou "despreparado" para tanto. Não tinha sua mentalidade pronta.

Acontece que ele falava de Thiago Humberto. Isso assusta. O jogador, jovem (mas nem tanto) e talentoso, não tem cabeça para jogar num time do tamanho do Internacional? Preocupa. E muito.

Aliás, quando Falcão corrigiu o técnico e afirmou que desejava saber sobre W. Mathias, Fossati respondeu que é um jogador de "qualidades extraordinárias". Mas ficou no ar que Thiago Humberto vem sentindo a camisa. Mesmo assim, Fossati afirmou que já teria conversado sobre isso com o jogador, e tinha certeza que veria mudanças no seu comportamento. Bom saber.


Quando o líder tomba

Souza e sua lesão de seis meses tornaram-se uma dor de cabeça para o Grêmio. Atualmente, o líder no elenco era o alagoano, que, inclusive, é um ótimo coadjuvante, mas vinha deixando a desejar como principal nome gremista.

Agora, o trabalho de levar o Grêmio à conquista da Copa do Brasil está nas mãos dos novos contratados: Hugo, Douglas, Leandro e Borges. Hugo não jogou bem nos últimos jogos que foi relacionado como titular. É displicente e acabou indo para o banco, já que cobria a área do campo em que Souza rendia melhor.

Leandro, polivalente, não é craque, não decide todo jogo. É apenas um bom jogador, que, com uma boa equipe, pode funcionar. Borges, o mesmo. Atenta o fato de que conclui muito bem, pode ajudar a equipe com gols. E Douglas.

Todos sabemos como Douglas foi no Corinthians em 2009. Venceu o Paulistão e a Copa do Brasil. É um jogador de qualidade, mas não é líder. Pode ser, realmente, a melhor alternativa para suprir o meio ano em que Souza frequentará o departamento médico.

O Grêmio estreará na Copa do Brasil sem sua melhor formação, sem sua equipe completa e com um técnico pressionado por resultados. Aliás, já deixei claro que Silas tem, sim, que responder com resultados. O Grêmio é um time tradicional que não deve contentar-se com a mediocridade de depender do adversário para montar seu sistema tático.

Foi no GreNal em 3-5-2, usará contra o Universidade o 4-4-2... e assim vai. A defesa vai de mal a pior, o goleiro Victor tem que urgentemente perder a braçadeira de capitão (e, assim, parar de sair do gol desnecessariamente) e o meio-campo, agora sem Souza, vai depender dos seus reforços, que ainda não mostraram a que vieram... a não ser Douglas. Que suprirá Souza e é a esperança dos torcedores.

É tudo com ele.

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