
Vermelha foi a vitória do Internacional sobre o Emelec, no Beira-Rio, pela estréia do colorado na fase de grupos da Libertadores 2010. Vermelho sangue. Vermelho raça. Começou perdendo, com um gol aos três minutos do segundo tempo, mas achou o caminho da vitória em um golaço de um chute espetacular de Nei. Consolidou os três pontos com Alecsandro, depois de uma ótima jogada coletiva.
O Inter mostrou mesmo à sua torcida que veio para lutar com unhas e dentes pelo bicampeonato da Copa Libertadores. Os quase 40 mil torcedores viram um time nervoso no primeiro tempo. Ansioso. Errava muitos passes, não tinha jogadores o suficiente na frente para finalizar com precisão. Tudo piorava devido à marcação eficiente do Emelec.
Como Fossati havia dito, o time equatoriano jogava nos espaços deixados pelos gaúchos nos ataques. O Inter exagerava no passe longo, errava muito na armação de jogadas, quando acertava os zagueiros e volantes do Emelec tiravam como podiam. Constantemente, inclusive, apelando para a violência. O Inter queria claramente decidir com uma pressa desnecessária. E o Emelec contentava-se em esperar e fazer uma catimba fora da realidade. Até lateral virava minutos gastos.
O primeiro tempo foi marcado pelos erros. De digna menção, Nei, que foi parte das principais jogadas de flanco e atuou com qualidade durante toda partida. Edu também mostrou boa técnica. Segurava muito bem a bola, mas recebeu marcação em cima. Aos 21 minutos, deu um passe caprichado para Nei que valeu por dez. Na mesma jogada, Nei ajeitou para Sandro, que teria realizado um chute calibrado não tivesse sido empurrado por um jogador equatoriano.
E se os equatorianos apelavam para a marcação e contra-ataques, não era por falta de qualidade nos dois fundamentos. Técnica faltava. Talvez apenas o camisa 10, Rojas, demonstrasse alguma. Mas é um time bem montado. Marca sem erros, busca impedir o jogo do adversário para fazer o seu. Bate muito, catimba como se não houvesse amanhã, mas, no geral, é um time que poderá incomodar ainda na Libertadores.
O segundo tempo começou com declarações inspiradas dos jogadores colorados. Vontade nunca faltou. Faltava era qualidade, ou até calma. Onde se viu futebol foi do lado do adversário. O Emelec assustou a torcida aos três minutos, com um gol que teve colaboração direta do mal posicionamento da zaga. Abbondanzieri não deve levar a culpa, o jogador entrou completamente livre e fez apenas seu trabalho.
Até os dez minutos da etapa, só dava Emelec. O Inter começava a se achar. Aos poucos. Mas Nei resolveu acelerar o processo, e, aos 11, mandou um balaço de fora da área, cheio de efeito, que entrou no ângulo do goleiro Elizaga. Explosão no Beira-Rio. Inter 1, Emelec também 1.
O Internacional passou a dominar. Mas algo faltava. Fossati resolveu substituir e tirou Nei, que sofria com as faltas, para a entrada de Taison. Taison deu uma nova movimentação para o ataque colorado, colaborando para infernizar a zaga pelo lado esquerdo do campo. Teve boa atuação, algo que faltou no segundo semestre de 2009.
Não satisfeito, Jorge Fossati ainda trocou duas vezes. Andrézinho entrou no lugar de Giuliano, que errava passes e não fazia uma partida iluminada - por sinal, Giuliano necessita de um companheiro na armação, ao lado de D'Alessandro, rende maravilhas, mas sozinho não é o mesmo. E Walter entrou no lugar de Edu, que cansou.
Domínio não é equivalente a pressão, e, realmente, o Inter não chegou a pressionar nem a demonstrar uma busca incessante pelo gol. No geral, a partida foi fraca tecnicamente. Foi lutada, foi corrida, e já no fim do segundo tempo, os jogadores que entraram resolveram trabalhar. Tudo começou com Sandro. O volante colorado pegou a bola, entrou na zaga e fez a festa. Ninguém tirou a bola do guri. Ele encontrou Andrezinho, que deu um passe espetacular para Walter. Walter, na frente do gol, encontrou Alecsandro ao seu lado. O camisa 9 colorado marcou e foi comemorar.
Num jogo debaixo da chuva de Porto Alegre, faltou futebol, sobrou nervosismo, sobrou cera, sobrou violência. Mas na hora que precisava, o Inter teve raça, teve a vontade de vencer. Para os que gostam de coincidências, o time de 2006 era assim. Não aceitava perder. Será, que, de verdade, a busca pelo bi começou? Será que, no fim da Copa, veremos vermelho?
O inter não jogou bem, faltou comprometimento e o Giuliano estava deslocado jogando de costas para o gol. Sandro e Kleber fizeram de suas piores atuações pelo colorado. O erro foi entrar em campo sem um armador. Fossati tem trabalho a fazer.
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