
Vamos ser honestos: o Inter, desde os 8 a 1 sobre o Juventude, em 2008, vem apenas passeando pelo Gauchão. Invicto e chegando ao ponto de colocar o time B para jogar, sem perder pontos. O certo seria o mesmo ocorrer com o Grêmio, mas tocaremos nesse ponto mais tarde.
Ontem, muito mais importante que a vitória por 3 a 1, é prestar atenção nas contratações que estrearam no time. Wilson Mathias, Thiago Humberto, Bruno Silva entravam pela primeira vez como titulares. Nei jogou pela ala esquerda. A zaga foi composta de Sorondo, Danny Morais e Danilo Silva.
Vamos começar por trás. A zaga foi muito bem no primeiro tempo. O time do Novo Hamburgo não é fraco, e mostrou que não se contentaria com apenas levar uma derrota magra. E a zaga funcionou bem. Danilo Silva foi muito bem. Subiu bem ao ataque, mesmo como zagueiro, e cobriu bem as costas de Nei, que subia a todo momento.
Sorondo marcou gol de cabeça. Ganhou na área do Inter também sempre pelo alto. Mostra apenas falta de ritmo, mas, voltando a sua melhor forma física e técnica, tem capacidade de ser titular. Já Danny Morais não foi mal, mas seus erros em 2009 ainda assombram os colorados. Mesmo assim, foi o pior dos três.
No meio-campo, Wilson Mathias mostrou que, se não for espetacular, pode vir a ser muito próximo disso. Tem um passe qualificado, marca sem faltas, olha o jogo, pensa. É um bom jogador, dá pra ver de cara. Provavelmente ótimo. Espetacular? Pode ser. Se melhorar de acordo com sua adaptação, será.
Bruno Silva pela direita jogou bem como marcador, acertou alguns cruzamentos de qualidade, mas, no geral, é mais lateral do que ala. Na formação em 3-5-2, Nei leva vantagem por subir melhor ao ataque. Mesmo assim, Bruno e Nei são provavelmente duas das melhores aquisições do Inter na janela. De um time sem laterais-direitos, passou a ser um time com dois laterais capazes de assumir a titularidade.
E Thiago Humberto, quando entrou, parecia desconfortável. Tentou três jogadas seguidas e perdeu a bola nas três. Assim que passou a trocar passes no ataque, cresceu. Buscou mais o jogo, chegando de trás foi perigoso, e, então, foi destaque. Marcou gol e incomodou a zaga do Nóia. É um outro bom reforço.
O último gol foi marcado por Leandro Damião, cada vez mais forte no elenco colorado. Andrézinho quis roubar a cena com uma atuação de luxo, mas o dia era para olhar os reforços.
No segundo tempo, o Inter caiu de produção, manteve-se muito na marcação. Mesmo assim, perdeu o controle do jogo em poucas situações, e, quando o Novo Hamburgo ensaiou reação, o colorado matou o jogo com o terceiro gol, garantindo os três pontos.
Inter. 3 a 1 e reforços aprovados.
________________________________________________
Vale a pena chamar a atenção do torcedor gaúcho para o Grêmio e suas últimas atuações. Tropeçou mais uma vez no gauchão, empatou com o São Luiz em casa, logo depois de perder o GreNal.
Silas começa a sofrer pressão por resultados. Agora, a necessidade dessa divisão dedicada ao treinador tricolor passa primeiro pela sua conduta quanto à imprensa. Silas é um profissional íntegro e competente, deixo claro já, mas pareceu confuso quando pediu "cumplicidade" à imprensa, pedindo para analisar a equipe como um todo, suas atuações e não apenas os resultados.
Tudo bem, justo o comentário. O Grêmio, contra o São Luiz, foi superior mesmo. Travou na sua própria capacidade de colocar a bola na rede. Mas é ingenuidade afirmar que necessita de cumplicidade da imprensa. Todos devem ser analisados pelo que são e pelo que vem fazendo. E Silas vem mostrando um Grêmio que não tem futebol. Quando chegou à equipe, deveria saber que estava entrando em um grande e tradicional clube de futebol do Brasil. Precisava mostrar serviço. Com resultados.
Silas é um ótimo técnico. Não confundam a crítica com desaprovação pelo trabalho do treinador. Ainda creio que, se receber respaldo da diretoria, Silas chegará ao momento certo com a equipe certa. Mas, no Gauchão, o Grêmio tem a obrigação de vencer seus adversários muito menores. E não começando atrás e levando gols em todos jogos. Silas quer cumplicidade? Quer análise pela atuação do time?
O time não vem bem. É melhor ele concentrar-se em obter resultados. E toda sorte do mundo para Silas, que, se for demitido apenas por esse começo, terá sofrido a maior injustiça do mundo. Mas não adianta reclamar da cobrança por resultados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Dá um pitaco!